Os candidatos aproveitaram até o último minuto para revisar o conteúdo das provas do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorre neste domingo (12), em todo o Brasil.
Por volta do meio-dia, no campus da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), em Porto Alegre, Matheus Veloso, 27 anos, encontrou um pufe, ajeitou-o sob a sombra de uma árvore e recostou-se para repassar mais uma vez as fórmulas de matemática. Faltava uma hora para o fechamento dos portões.
– Estou dando uma conferida, porque não é muito a minha área, e são muitas fórmulas. Quando vi este pufe, vim correndo, para relaxar e revisar ao mesmo tempo.
Além das questões de matemática, os candidatos responderão neste domingo a perguntas de química, biologia e física. Sentadas frente a frente, as amigas Karla Panosso, 22 anos, e Bruna Germano, 18 anos, aproveitavam os minutos finais, antes de entrar no prédio de provas, para recapitular em parceria tópicos como fórmulas e funções orgânicas.
As duas pretendem cursar Medicina. Karla está no quinto Enem. Bruna, no terceiro.
– O preparo foi forte. Nos últimos dois anos, os cursinhos mudaram a preparação para focar no Enem, o que dá mais segurança – disse Karla.
A estudante gostou da inédita divisão do exame em dois domingos consecutivos, porque a semana de intervalo entre as duas provas permitiu ao mesmo tempo descanso e oportunidade de se preparar melhor. Ela foi para a prova deste domingo sem conferir o gabarito do primeiro dia.
– Não corrigi, porque o resultado vai depender da média geral. Além disso, não quero me sentir pressionada – explicou.
Bruna, que corrigiu o gabarito da semana passada e se mostrava confiante, disse preferir quando as provas ocorriam no mesmo fim de semana.
– Aumentou o nervosismo. A gente fica a semana toda pensando na prova. Prefiro fazer tudo de uma vez.
Às 13h, quando as portas dos prédios se fecharam, registrou-se na PUCRS o tradicional espetáculo dos estudantes atrasados. Carolina Conceição Rezende, 23 anos, que veio de Pelotas para a prova, estava havia 15 minutos no campus, mas deixou para entrar no edifício somente quando a sirene tocou. Segundo ela, foi assim que agiu na semana passada, sem enfrentar problemas. Desta vez, no entanto, viu a porta ser fechada diante do nariz.
– Está zoando, né? Está de sacanagem! – gritou para o homem que trancava a entrada.
Em seguida, já estava mais tranquila:
– Vida que segue!
Uma outra retardatária achava-se quase na PUCRS quando percebeu que não havia trazido a carteira de identidade. Voltou para casa, no bairro São João, apanhou o documento e refez o caminho até a universidade. Percorreu o campus correndo, esbaforida. Estava a poucos metros de distância, e uma das folhas da porta seguia aberta. O sprint final não suficiente. Perdeu a entrada por questão de segundos e reagiu com uma gesticulação que revelava incredulidade. Ela não quis informar seu nome.
– Vou virar meme, né?