Novas tecnologias e mais disseminação são alguns dos motivos que têm feito os números do Ensino Superior à Distância (EAD) crescerem a cada ano. Dados do último Censo da Educação Superior, de 2016 , revelaram que esta modalidade teve um crescimento de 21% entre 2015 e 2016, enquanto o ensino presencial registrou queda de 3,7%. Para falar sobre o tema, o secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Henrique Sartori, foi entrevistado no Gaúcha Atualidade desta terça-feira (17).
Na avaliação do secretário, o EAD é uma modalidade que veio para ficar. Por isso, o MEC tem olhado com atenção para ela, principalmente nos cursos ligados à área da saúde.
— O ministério busca atualizar as normas e legislações para que sejam ofertados cursos de qualidade. Todos eles acompanham as diretrizes curriculares nacionais, que estabelece o mínimo para que os cursos sejam validados. Temos a preocupação de autorizar e acompanhar se o que está sendo oferecido esteja inserido nas diretrizes curriculares.
Sartori disse ainda que dados revelam que 7% das matrículas no EAD são para cursos na área da saúde, o que reforça a necessidade de aulas presenciais, horas práticas e estágio.
— Nem tudo é e pode ser oferecido à distância.
Sobre a garantia de qualidade do que é ofertado aos estudantes, Sartori afirma que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) está apto a analisar as propostas dos cursos em relação ao mercado e às normas do ministério.
— É um desafio permanente. Fazemos acompanhamento para que os estudantes não sejam penalizados por aqueles que querem burlar o sistema.
Embora não seja função do MEC, o secretário acredita que o aumento da oferta democratiza a educação.
— O MEC não atua sobre o preço das mensalidades. A nossa missão é permitir que o jogo esteja equilibrado e justo para a pequena instituição ou para os grandes grupos consolidados.
Embora a modalidade de ensino ainda não faça parte do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), Sartori garante que o tema já vem sendo discutido pela pasta.
Ouça a entrevista: