Parte dos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Maria Cristina Chiká, no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, tem aulas em contêineres há três anos. A estrutura da escola foi alterada para obras de um novo prédio, que começaram em 2014.
A previsão inicial era de que a nova escola ficasse pronta entre o fim de 2015 e o começo de 2016. No entanto, a falta de subestação de uma energia elétrica no projeto fez com que a obra fosse abandonada, de acordo com a vice-diretora Tatiane Carvalho. O prédio está 95% pronto há um ano. O drama da escola já foi relatado em março, em reportagem do Diário Gaúcho.
– Há mais de cinco anos, quando fomos avisados da obra, as crianças não têm recreio, não têm pátio e não tem biblioteca. A obra toma grande parte do espaço do pátio. Além disso, para completar o número mínimo de salas, há dois espaços chamados de "salas emergenciais", que são contêineres. Não há janelas, a luminosidade é ruim e chove dentro – lamenta Tatiane.
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A escola tem 740 alunos e 36 turmas, mas somente nove salas. Para que todos consigam ter aulas todos os dias, o horário é adaptado: das 7h30min às 11h, das 11h às 14h30min, das 14h30min às 18h e das 18h30min às 22h. Como os horários não são suficientes para cumprir o calendário letivo, as aulas têm que ser recuperadas todos os sábados.
– O novo prédio tem ginásio poliesportivo, banheiros, elevador e dois laboratórios. Tem tudo. Mas ainda não pode ser utilizado – relata a vice-diretora.
Com a chuvarada dos últimos dias, algumas salas ficaram completamente alagadas. Conforme Tatiane, isso sempre acontece quando há mau tempo.
A reportagem fez contato com a Secretaria Estadual de Educação sobre o assunto, mas ainda não recebeu retorno.