Cientistas americanos revelaram nesta segunda-feira a detecção pela primeira vez de ecos do Big Bang, ocorrido há 14 bilhões de anos - uma importante descoberta para entender as origens do Universo.
As ondas gravitacionais são a "primeira evidência direta da inflação cósmica", breve período, uma fração de segundo após o Big Bang, em que o Universo se expandiu massivamente. As ondas foram observadas com um telescópio no Polo Sul e anunciadas por especialistas do Centro de Astrofísica (CfA) de Harvard-Smithsonian.
A existência destas ondulações de espaço-tempo, primeiro eco do Big Bang, foi prevista na Teoria da Relatividade de Albert Einstein, e era a última parte da teoria de Einstein aguardando confirmação.
- A detecção destas ondulações é um dos objetivos mais importantes da cosmologia na atualidade e resultado de um enorme trabalho realizado por uma grande quantidade de cientistas - destacou John Kovac, professor de Astronomia e de Física no CfA e chefe da equipe de investigação BICEP2, que fez a descoberta.
- Era como encontrar uma agulha em um palheiro, mas em seu lugar encontramos uma barra de metal - disse o físico Clem Pryke, da Universidade de Minnesota, chefe adjunto da equipe.
Para o físico teórico Avi Loeb, da Universidade de Harvard, o avanço "representa um novo esclarecimento sobre algumas das questões mais fundamentais para saber por que existimos e como o Universo começou".
Durante a inflação, Universo teria sofrido expansão massiva em um curto espaço de tempo (Imagem: Nasa)
Para Tom LeCompte, um físico especialista em altas energias no Cern e no Laboratório Nacional de Argone, perto de Chicago, que não participou dos trabalhos, essa descoberta "é o maior anúncio na física em anos".
- Ela poderia potencialmente valer o prêmio Nobel a seus autores - declarou, comparando esta descoberta à do Boson de Higgs em 2012.
Esta detecção direta de ondas gravitacionais é "notável e entusiasmante" na medida em que permite ver o que aconteceu "no primeiro instante após o Big Bang", considera.
- Isso vai além do que estamos tentando fazer com o Grande Colisor de Hadrons (o acelerador de partículas na Suíça) para ver como se comportava o universo em sua infância. Isto vai permitir olhar ainda mais para trás no tempo.