Nesta terça-feira (2), o dólar abriu em R$ 5,64, após fechar a segunda-feira em R$5,65, a maior alta em dois anos e meio. A alta representa uma reação do mercado financeiro à piora das expectativas de inflação no boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras feita pelo Banco Central.
Os investidores também reagiram as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o Banco Central (BC). Em entrevista a uma rádio da Bahia, o presidente voltou a criticar o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Ele repetiu que os juros atuais, de 10,5% ao ano, são altos e disse que escolherá um presidente para a autarquia que “olhe o país do jeito que ele é, não do jeito que o sistema financeiro fala”.
Já na manhã desta terça-feira (2) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou preocupação com o assunto e disse que "há um jogo de interesse especulativo contra o real", e que algo deve ser feito.
— Nós temos que fazer alguma coisa. Eu não posso falar aqui o que é possível fazer, porque, se não, eu estaria alertando os meus adversários — declarou Lula.
Ainda na segunda-feira (1º), o ministro da Fazenda Fernando Haddad atribui a alta do dólar a "muitos ruídos" e defendeu a melhoria da comunicação do governo para informar resultados econômicos.
— Atribuo (a alta do dólar) a muitos ruídos. Eu já falei isso no Conselhão. (reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável) Precisa comunicar melhor os resultados econômicos que o país está atingindo — disse Haddad no início da noite
Haddad também disse que o dólar tende a se acomodar nas próximas semanas e até reverter parte da alta recente, uma vez que processos como o Corte de Gastos e Plano Safra devem ser concluídos.