O Banco Central (BC) anunciou, nesta segunda-feira (7), o lançamento da versão digital do real: o Drex. Segundo o Estadão, a instituição aposta que a moeda virtual seja um sucesso, assim como o sistema de transferências Pix.
Confira abaixo perguntas e respostas sobre o Drex.
O que será o Drex?
Será uma moeda virtual de categoria CBDC (Central Bank Digital Currencies ou moedas digitais do Banco Central, em tradução livre), que equivalerá ao dinheiro em circulação no país. Basicamente, será uma versão digital da moeda brasileira, o real.
O Drex será produzido e regulado pelo BC e seguirá regras do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e da política monetária brasileira.
Por que a nova moeda se chama assim?
Segundo o BC, cada letra do real digital equivale a uma característica da ferramenta. O "D" representa a palavra digital. O "R", o real. Já o "E", representa a palavra eletrônica. Por fim, o "X" passa a ideia de modernidade e de conexão, além de repetir a última letra do Pix, sistema de transferência instantânea criado em 2020.
Quando o Drex será lançado?
Em testes desde o início do ano, o real digital deve estar disponível para a população só no fim de 2024. Em março, o BC escolheu a plataforma a ser usada nas transações. Nos últimos meses, a autoridade monetária habilitou 16 consórcios para desenvolverem ferramentas e instrumentos financeiros que serão testados no novo sistema.
Previstos para começarem em setembro, os testes com os consórcios ocorrerão com operações simuladas e testarão a segurança e a agilidade entre o real digital e os depósitos tokenizados (ativos reais convertidos em digitais) das instituições financeiras.
Os ativos a serem usados no projeto-piloto serão os seguintes: depósitos de contas de reservas bancárias, de contas de liquidação e da conta única do Tesouro Nacional; depósitos bancários à vista; contas de pagamento de instituições de pagamento; e títulos públicos federais.
Os testes serão feitos em etapas, com as transações simuladas com títulos do Tesouro Nacional sendo feitas apenas em fevereiro do próximo ano.
Quanto valerá o Drex frente ao real físico?
Cada Drex terá o mesmo valor do real físico. Ou seja, cada R$ 1 valerá 1 Drex.
Existe alguma diferença entre o real e o Drex?
Não. O Drex é uma representação digital do real, a moeda oficial do Brasil. É apenas um real 100% digital. A diferença está apenas na possibilidade de utilização desses recursos.
Como a nova moeda poderá ser utilizada?
Moeda de atacado, não de varejo, o Drex não será acessado diretamente pelos correntistas, mas por meio de carteiras virtuais atreladas a uma instituição de pagamento, como bancos e correspondentes bancários. O cliente depositará nessas carteiras o correspondente em reais e poderá fazer transações com a versão digital da moeda.
Na prática, o Drex funcionará como um primo do Pix, mas com diferentes finalidades e escalas de valores. Enquanto o Pix obedece a limites de segurança e é usado, na maior parte das vezes, para transações comerciais, o Drex poderá ser usado para comprar imóveis, veículos e até títulos públicos.
De acordo com o Banco Central, a proposta é de que a nova moeda digital brasileira possa ser utilizada em todas as atividades financeiras já disponíveis, como empréstimos, seguros e investimentos.
Qual a diferença entre a nova moeda digital e o Pix?
Enquanto o Pix é uma tecnologia de transações instantâneas, o Drex será o real digital, ou seja, a moeda em si.
O Drex é uma criptomoeda?
Apesar de ser digital e utilizar a tecnologia blockchain, o Drex não terá o mesmo funcionamento do bitcoin ou do ethereum. Diferentemente das criptomoedas, cuja cotação é atrelada à demanda e à oferta e tem bastante volatilidade, o Drex terá paridade com o real.
Enquanto as criptomoedas não têm garantia de nenhuma autoridade monetária, o Drex será uma moeda digital garantida pelo Banco Central.
O uso do Drex terá custos?
Sim. Segundo Fabio Araújo, economista do BC e coordenador da iniciativa, o Drex terá custos para ser utilizado em serviços financeiros.