A China Evergrande Group protocolou pedido de proteção dos ativos no âmbito do Capítulo 15 do código de falência dos Estados Unidos em Nova York na quinta-feira (17), mostram documentos judiciais. O dispositivo protege os ativos da empresa nos EUA enquanto os acordos de reestruturação de dívidas são elaborados em outro lugar. Os acordos internacionais de reestruturação de dívidas às vezes exigem a entrada com o Capítulo 15 durante a finalização de uma transação.
O movimento levanta preocupações sobre efeitos cascata, já que a China enfrenta um crescimento econômico lento e um setor imobiliário vagaroso.
A Evergrande faz atualmente esforços para se reestruturar. O pedido faz referência às próximas negociações que acontecerão em Hong Kong e nas Ilhas Cayman. Os credores podem votar sobre uma reestruturação neste mês. Segundo a BBC, as dívidas da empresa somam US$ 300 bilhões.
Na semana passada, o Country Garden, concorrente da Evergrande, que foi o maior desenvolvedor imobiliário da China em vendas no ano passado, não conseguiu pagar, na semana passada, duas parcelas de juros de empréstimos. O grupo corre o risco de entrar em "default" em setembro, mês em que também tem compromissos pendentes. As informações são da AFP.
A dívida do Country Garden no fim de 2022 é estimada, pela própria empresa, em US$ 165 bilhões.
Os problemas dos dois gigantes imobiliários tornam um setor já afetado pela crise sanitária e pela desaceleração econômica na China um pouco mais frágil. Essa situação gera desconfiança entre os potenciais compradores, agravando ainda mais a situação financeira dos grupos imobiliários, inclusive de grupos públicos. Sinal de nervosismo do mercado, os preços dos imóveis caíram em julho no ritmo mais rápido em um ano, de acordo com dados oficiais divulgados na quarta-feira (16).