O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (17) que o resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) veio "como o esperado" diante do patamar "muito elevado" do juro real. De acordo com a divulgação feita nesta segunda-feira, pelo BC, a economia brasileira apresentou forte contração em maio. O IBC-Br do mês caiu 2%.
— É como o esperado. Muito tempo e juro real muito elevado, nós estamos preocupados. A pretendida desaceleração da economia pelo Banco Central chegou forte e a gente precisa ter muita cautela com o que pode acontecer se as taxas forem mantidas na casa de 10. O juro real ao ano é muito pesado para a economia — respondeu Haddad.
"IVA de 28% não considerou série de fatores"
O ministro da Fazenda comentou brevemente a nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que estimou em 28,4% a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) a ser criado na reforma tributária. Para Haddad, o estudo não levou em consideração uma série de fatores ao cravar que a futura alíquota será a mais alta do mundo, mas elogiou o alerta feito para a quantidade de exceções.
— O estudo não tem análise de impacto sobre sonegação, sobre evasão, sobre corte de gastos tributários, uma série de questões que precisam ser levadas em conta para fixar a alíquota — ressaltou.
Ele reiterou que a futura alíquota será calibrada a partir de 2026, iniciando com um valor pequeno.
— Eu não estou criticando, não, é bom ter estudo, mas tem que olhar as premissas dos estudos para a gente não se assustar. Agora, o alerta que o estudo do Ipea faz é bom porque mostra que quanto mais exceção tiver, menos vai funcionar. Tem que calibrar bem as exceções para que elas estejam bem justificadas, que efetivamente terão um impacto positivo — avaliou.
O Ipea é um órgão vinculado ao Ministério do Planejamento. Haddad chegou a mencionar que nas reuniões desta semana, a questão da alíquota do IVA é um ponto a ser alinhado.