Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manter a taxa de juro básico do país em 13,75% ao ano, nesta quarta-feira (22), a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) manifestou descontentamento com a decisão.
— A indústria não aceita esse nível de juros, ela sofre para obter seu capital de giro, e com essa taxa, não suporta tomar dinheiro no sistema bancário para tocar seus negócios — afirma o presidente entidade, Gilberto Porcello Petry.
Ele acrescenta que nada justifica juros de 13,75% ao ano, oito pontos acima de uma inflação que registrou 5,6% nos últimos 12 meses. A Selic está estacionada nesse patamar desde agosto de 2022.
Segundo o presidente da Fiergs, a redução da taxa precisa ser iniciada o quanto antes. Petry reforça que os problemas na oferta de crédito trazem um desafio adicional para a indústria, em especial pelo encarecimento das linhas ligadas ao capital de giro, fundamentais para a manutenção das atividades produtivas.
Petry lembra que o aumento dos juros no Brasil iniciou antes dos demais bancos centrais do mundo e ocorreu de forma muito rápida e intensa, de modo que muitos efeitos já apareceram e outros ainda serão sentidos na economia nos próximos meses.
O dirigente espera que o Banco Central leve esse cenário em consideração para iniciar o ciclo de redução dos juros nas próximas reuniões. A entidade também espera que o governo federal contribua apresentando uma nova regra fiscal que conduza ao equilíbrio das contas públicas e ajude a segurar a inflação presente e futura.