Aproximadamente três quartos das pessoas que compraram bitcoins perderam dinheiro, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (14), em um momento em que o setor das criptomoedas está em forte baixa.
Os economistas do Banco de Pagamentos Internacionais, conhecido como o "banco dos bancos centrais", analisaram os perfis dos investidores de criptoativos de 95 países entre 2015 e 2022.
"No geral, os cálculos sugerem que cerca de três quartos dos usuários perderam dinheiro com seus investimentos em bitcoins", ressaltaram no estudo.
A pesquisa se baseou, entre outros, em dados de downloads de aplicativos que permitem comprar bitcoins e nas frequências diárias das transações.
O estudo revelou que 40% dos usuários são homens com menos de 35 anos, mais propensos a correr riscos; e 25% são homens entre os 35 e os 45 anos. 35% são mulheres, a maioria com idade inferior a 35 anos.
Durante o período analisado, o preço do bitcoin saltou de US$ 250, em agosto de 2015, a um valor máximo de quase US$ 69 mil, em novembro de 2021. Agora, está cotado em torno dos US$ 16.500.
No mesmo período, o número de pessoas que usaram aplicativos que permitem comprar e vender criptoativos aumentou de 119 mil para 32,5 milhões.
"Nossa análise demonstrou que, em todo o mundo, o aumento do preço do bitcoin tem estado vinculado a uma maior entrada de investidores varejistas", informaram os pesquisadores.
Eles também descobriram que, enquanto os preços subiam e os usuários menores compravam bitcoins, os maiores detentores (chamados de "baleias") vendiam, obtendo lucros às custas dos usuários menores.
Os estudiosos constataram, ainda, que a maioria dos investidores em criptoativos viam a atividade como um investimento especulativo e que os jovens tendiam a ser mais ativos no comércio nos meses posteriores a uma grande alta do preço do bitcoin.
Portanto, a ideia de que as criptomoedas "vão democratizar o sistema financeiro" merece uma análise mais profunda, afirmaram os autores.