Após manobra para liberar até R$ 5,6 bilhões em emendas do chamado orçamento secreto nas vésperas do feriado de 7 de setembro, o Ministério da Economia foi obrigado a fazer um novo bloqueio, de R$ 2,63 bilhões, em despesas discricionárias para cumprir o teto de gastos em 2022.
O novo contingenciamento se deve ao aumento de gastos obrigatórios, sobretudo em benefícios previdenciários. Com o anúncio desta quinta-feira (22), o total de despesas bloqueadas no Orçamento deste ano é de R$ 10,49 bilhões.
Como prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a pasta alterou ainda a estimativa de resultado primário total de 2022, de déficit de R$ 59,35 bilhões para superávit R$ 13,54 bilhões - o primeiro resultado no azul desde 2013. A meta de resultado primário do governo central neste ano admitia um rombo de até R$ 170,5 bilhões.
A projeção da equipe econômica para as receitas primárias totais da União neste ano passou de R$ 2,22 trilhões para R$ 2,3 trilhões. Já a estimativa para a receita líquida - livre de transferências para os governos regionais - passou de R$ 1,77 trilhão para R$ 1,84 trilhão neste ano.
Do lado das despesas primárias, a previsão de gasto total em 2022 passou de R$ 1,833 trilhão para R$ 1,830 trilhão. Com as revisões deste relatório, o volume de gastos obrigatórios passou de R$ 1,679 trilhão para R$ 1,677 trilhão, enquanto as despesas discricionárias passaram de R$ 154,24 bilhões para R$ 153,23 bilhões neste ano.