Após o lançamento do programa Auxílio Brasil, em substituição ao Bolsa Família, o total de beneficiários em todo o país vem aumentando, e a fila de espera também cresce. No Rio Grande do Sul, até maio, conforme levantamento pedido por GZH ao Ministério da Cidadania, 26,2 mil famílias tiveram seu cadastro aprovado, mas 14.564 aguardam para ter o direito a receber o benefício, no valor médio de R$ 400.
Nos 497 municípios gaúchos, essas famílias terão de aguardar por aumento orçamentário extraordinário por parte do governo federal ou que algum beneficiário saia do programa. Há cerca de um ano, em abril do ano passado, eram 26.657 famílias aguardando pelo Bolsa Família no Estado.
A fila chegou a ser zerada no início deste ano, inclusive no RS, mas voltou a crescer a partir de fevereiro. Conforme levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), aproximadamente 1 milhão de famílias que atendem aos requisitos para receber o benefício não tiveram acesso a ele em fevereiro deste ano.
O caminho entre identificar as famílias, a inclusão no cadastro e o recebimento do benefício passa pela identificação no CadÚnico das famílias que atendem aos critérios definidos para ingresso no Auxílio Brasil. São famílias em situação de extrema pobreza, com renda mensal de até R$ 105 por pessoa, ou de até R$ 210 para famílias que possuam gestantes ou filhos de até 21 anos incompletos.
Atualização de cadastros no CadÚnico
Os cadastros precisam estar atualizados no período inferior a dois anos. Com isso, os municípios têm observado aumento na procura pelo cadastramento. Para isso, mutirões de atendimento são realizados em várias cidades, como Porto Alegre e Canoas.
A Capital tem 127 mil famílias inseridas no Cadastro Único, sendo que, destas, 62,8 mil famílias atualizaram as informações pessoais nos últimos dois anos. Na fila de espera, são 4.196 que cumprem os requisitos para ingressar no programa. As pessoas podem atualizar seus dados em 22 Centros Regionais de Atendimento Social (Cras) e duas salas específicas na Secretaria de Desenvolvimento Social e no Centro Vida, localizado na Zona Norte.
Entre os municípios com maior acumulado de pessoas em situação de pobreza ou extrema pobreza na fila do Auxílio Brasil, 41,8 mil famílias com este perfil estão no sistema da assistência social de Canoas, sendo que 32 mil estão com o CadÚnico atualizado. Hoje, 1,2 mil famílias estão na fila de espera do programa.
Conforme o secretário de Governança de Canoas, Paulo Bogado, a procura por benefícios sociais cresceu no município a partir de junho do ano passado, quando ocorreram demissões em empresas da região.
— Percebemos isso quando 2,8 mil pessoas procuraram o mutirão de cadastro no bairro Guajuviras em agosto. Por isso, estamos trabalhando forte na atualização do CadÚnico e em dois programas municipais. O Auxílio Emergencial Canoense, no valor de R$ 200 por três meses, que está na terceira edição, e o Oportunidade Canoense, que oferece R$ 384 em passagens de ônibus para as pessoas buscarem trabalho e entregar currículos nas empresas — disse.