Empresa alemã, criadora de softwares de gestão de empresas líder global em soluções de negócios colaborativos e multiempresas, a SAP concluiu a primeira a terceira fase de sua expansão, nesta segunda-feira (20), em São Leopoldo, no Vale do Sinos. Desde sua chegada ao campus da Unisinos, em 2006, então com 22 desenvolvedores em uma sala, a SAP fincou raízes no Rio Grande do Sul, inaugurou a segunda etapa da sede, em 2013, e, agora, avança para consolidar a atividade do SAP Labs Latin America, primeiro e único centro de desenvolvimento de aplicações e serviços de suporte para as Américas, um dos 20 mantidos pela companhia em todo o mundo.
Por trás das 211 toneladas de aço e dos 24 meses de obras, está a estratégia de abrigar uma força de trabalho de cerca de 850 colaboradores brasileiros e de outras 20 nacionalidades, dentro de um total de quase 2 mil vagas disponíveis. A expansão também deve gerar mais de 200 empregos indiretos na região.
A ideia, conforme explica Dennison John, presidente do SAP Labs Latin America, é que os funcionários e desenvolvedores contem com um ambiente de trabalho positivo e colaborativo, que respeita a responsabilidade social e o ecossistema ao seu redor com práticas sustentáveis. Aliás, o ESG (meio ambiente, social e governança, na sigla, em inglês) que baliza os produtos, soluções e as ações da empresa está presente na obra e no prédio, recém inaugurado.
O novo edifício do complexo tem 14.000 m² de área construída e será o prédio com menor nível de emissão de CO2 por funcionário da companhia em todo o mundo, e referência em edificações verdes no país. A expansão da SAP Labs foi pensada para gerar o menor impacto ambiental possível: foram adotados conceitos como reutilização de água, consumo inteligente de energia e aproveitamento máximo da luz natural, uso de materiais de construção sustentáveis (estrutura metálica, vidro e madeira), destinação correta de resíduos e utilização de materiais de baixa degradação ambiental.
Localizado no Tecnosinos - Parque Tecnológico de São Leopoldo – em um edifício construído em 2009, o centro já desenvolve tecnologias de controle e gerenciamento de consumo de energia, gestão de resíduos e políticas de responsabilidade de produtores em segmentos como óleo e gás, varejo, indústria, entre outros.
O SAP Intelligent Agriculture, por exemplo, como destaca presidente da SAP América Latina e Caribe, Cristina Palmaka, é uma das soluções que saíram do centro de inovação do RS e que permite que as empresas do setor do agronegócio aumentem a sua eficiência, digitalizando processos e serviços agrícolas com dados de machine learning (tecnologia em que as máquinas podem aprender com as respostas e os dados).
Hub global de inovação
Com a expansão, o SAP Labs Latin America, de São Leopoldo, se junta a China, Estados Unidos, Índia e Canadá como um dos hubs globais de inovação, pesquisa e desenvolvimento. É nesses locais que nascem as principais soluções de alto padrão que ajudam os clientes da SAP a endereçar os grandes desafios do mundo dos negócios atualmente, da gestão de programas de sustentabilidade a tecnologias de gestão em nuvem de alta capacidade.
Ao todo, recorda Luka Mucic, CFO (chief financial officer ou diretor de finanças, em português) da SAP e membro do conselho, de 2009 para cá, foram aportados 95 milhões de euros na unidade gaúcha. Entre 2018, ano da tomada de decisão pela atual expansão, e 2022, a força de trabalho no local saltou 45%.
— Ainda há muito potencial de inovação e oportunidades no Brasil e na América Latina. Estive no país em 2013 na inauguração da segunda fase. O mundo mudou bastante e o que não mudou é o fato de que vale a pena investir na região no país. Nossa estratégia é levar inteligência e sustentabilidade aos clientes. Tecnologia ajuda a prever catástrofes e encontrar vieses para diversidade na força de trabalho, temos de estar juntos para debater como a tecnologia pode ser trazida para a vida e esse centro está integrado a essa visão — comenta.
Impacto
O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi e o reitor da Unisinos, Sérgio Mariucci resgatam a história do parque tencológico e destacam a presença da SAP Labs como a empresa âncora do processo de evolução da aposta da universidade e do município no ambiente tecnológico. De acordo com Mariucci, a expansão da SAP demarca um arrojado modelo de parceria entre universidade, poder público e agentes de mercado.
Em números, Vanazzi lembra que desde a chegada da empresa à cidade, São Leopoldo deixou de ser a 12ª maior economia do Estado para se tornar a sexta. Até, 2024, complementa, a estimativa é que chegue a 4ª posição no ranking gaúcho.
— É o que acontece quando a ciência e a inovação são o carro-chefe de uma estratégia e não um instrumento de negação — pontua o prefeito.