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Investimento de R$ 120 milhões consolida expansão da SAP em São Leopoldo

Empresa alemã, líder global em soluções de negócios colaborativos, celebra 16 anos de seu centro tecnológico no Estado com novos desafios

Rafael Vigna

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Vini Dalla Rosa / SAP Labs/Divulgação
O prédio da SAP de São Leopoldo tem o menor nível de emissão de CO2 por funcionário da companhia em todo o mundo

Empresa alemã, criadora de softwares de gestão de empresas líder global em soluções de negócios colaborativos e multiempresas, a SAP concluiu a primeira a terceira fase de sua expansão, nesta segunda-feira (20), em São Leopoldo, no Vale do Sinos. Desde sua chegada ao campus da Unisinos, em 2006, então com 22 desenvolvedores em uma sala, a SAP fincou raízes no Rio Grande do Sul, inaugurou a segunda etapa da sede, em 2013, e, agora, avança para consolidar a atividade do SAP Labs Latin America, primeiro e único centro de desenvolvimento de aplicações e serviços de suporte para as Américas, um dos 20 mantidos pela companhia em todo o mundo.

Por trás das 211 toneladas de aço e dos 24 meses de obras, está a estratégia de abrigar uma força de trabalho de cerca de 850 colaboradores brasileiros e de outras 20 nacionalidades, dentro de um total de quase 2 mil vagas disponíveis. A expansão também deve gerar mais de 200 empregos indiretos na região.

A ideia, conforme explica Dennison John, presidente do SAP Labs Latin America, é que os funcionários e desenvolvedores contem com um ambiente de trabalho positivo e colaborativo, que respeita a responsabilidade social e o ecossistema ao seu redor com práticas sustentáveis. Aliás, o ESG (meio ambiente, social e governança, na sigla, em inglês) que baliza os produtos, soluções e as ações da empresa está presente na obra e no prédio, recém inaugurado.

O novo edifício do complexo tem 14.000 m² de área construída e será o prédio com menor nível de emissão de CO2 por funcionário da companhia em todo o mundo, e referência em edificações verdes no país. A expansão da SAP Labs foi pensada para gerar o menor impacto ambiental possível: foram adotados conceitos como reutilização de água, consumo inteligente de energia e aproveitamento máximo da luz natural, uso de materiais de construção sustentáveis (estrutura metálica, vidro e madeira), destinação correta de resíduos e utilização de materiais de baixa degradação ambiental.

Localizado no Tecnosinos - Parque Tecnológico de São Leopoldo – em um edifício construído em 2009, o centro já desenvolve tecnologias de controle e gerenciamento de consumo de energia, gestão de resíduos e políticas de responsabilidade de produtores em segmentos como óleo e gás, varejo, indústria, entre outros.   

O SAP Intelligent Agriculture, por exemplo, como destaca presidente da SAP América Latina e Caribe, Cristina Palmaka, é uma das soluções que saíram do centro de inovação do RS e que permite que as empresas do setor do agronegócio aumentem a sua eficiência, digitalizando processos e serviços agrícolas com dados de machine learning (tecnologia em que as máquinas podem aprender com as respostas e os dados). 

Vini Dalla Rosa / SAP Labs/Divulgação
Mucic, CFO da SAP: "o mundo mudou bastante e o que não mudou é o fato de que vale a pena investir na região no país"

Hub global de inovação

Com a expansão, o SAP Labs Latin America, de São Leopoldo, se junta a China, Estados Unidos, Índia e Canadá como um dos hubs globais de inovação, pesquisa e desenvolvimento. É nesses locais que nascem as principais soluções de alto padrão que ajudam os clientes da SAP a endereçar os grandes desafios do mundo dos negócios atualmente, da gestão de programas de sustentabilidade a tecnologias de gestão em nuvem de alta capacidade.  

Ao todo, recorda Luka Mucic, CFO (chief financial officer ou diretor de finanças, em português) da SAP e membro do conselho, de 2009 para cá, foram aportados 95 milhões de euros na unidade gaúcha. Entre 2018, ano da tomada de decisão pela atual expansão, e 2022, a força de trabalho no local saltou 45%.

— Ainda há muito potencial de inovação e oportunidades no Brasil e na América Latina. Estive no país em 2013 na inauguração da segunda fase. O mundo mudou bastante e o que não mudou é o fato de que vale a pena investir na região no país. Nossa estratégia é levar inteligência e sustentabilidade aos clientes. Tecnologia ajuda a prever catástrofes e encontrar vieses para diversidade na força de trabalho, temos de estar juntos para debater como a tecnologia pode ser trazida para a vida e esse centro está integrado a essa visão — comenta.

Impacto

O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi e o reitor da Unisinos, Sérgio Mariucci resgatam a história do parque tencológico e destacam a presença da SAP Labs como a empresa âncora do processo de evolução da aposta da universidade e do município no ambiente tecnológico. De acordo com Mariucci, a expansão da SAP demarca um arrojado modelo de parceria entre universidade, poder público e agentes de mercado.   

Em números, Vanazzi lembra que desde a chegada da empresa à cidade,  São Leopoldo deixou de ser a 12ª maior economia do Estado para se tornar a sexta. Até, 2024, complementa, a estimativa é que chegue a 4ª posição no ranking gaúcho.

— É o que acontece quando a ciência e a inovação são o carro-chefe de uma estratégia e não um instrumento de negação — pontua o prefeito.

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