O salão do Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre, abriu os portões nesta terça-feira (24) para a largada da 9ª Feira Brasileira do Varejo (FBV). Até quinta-feira (26), o local será espaço para troca de conhecimento e divulgação de tendências para o setor. No primeiro dia, a presença marcante da tecnologia nos estandes foi um dos pontos que mais chamaram atenção dos visitantes.
Soluções como softwares focados para o varejo, plataformas de consultoria digital e ferramentas para implementação de delivery próprio estão entre as inovações apresentadas aos lojistas. Em paralelo a isso, um palco para palestras em meio aos expositores e desfiles de moda diversificam as atrações.
A expectativa é de receber 8 mil pessoas nos três dias de feira, que tem entrada gratuita.
Mais do que ambiente para conhecer novidades, a FBV é também local para se fazer contatos. Foi o caso de Lisiane Sandi, que trabalha em uma consultoria de recursos humanos e que visitava a feira pela primeira vez em busca de relacionamento com empresas de varejo. Segundo a profissional, marcar presença em eventos desse porte é importante para conhecer quem está no mercado e identificar potenciais parceiros de trabalho.
— Estou achando bem legal, vejo que tem bastante empresas de tecnologia. É algo que virou a chave no mundo como um todo e um modelo que realmente veio para ficar. O varejo online tomou conta e o consumidor busca primeiro na internet — comentou Lisiane.
O apelo tecnológico também foi ponto de destaque para Edson Alves, que presta serviços de informática para redes do varejo. Morador de Caçador, em Santa Catarina, ele está a passeio em Porto Alegre e ficou sabendo do evento. Resolveu então visitar, já que tem tudo a ver com o seu trabalho.
— Encontrei bastante novidades que ajudam o varejo. Principalmente soluções de gestão de clientes, que é bem difícil de implementar. As empresas criam o e-commerce e logo desistem porque não conseguem levar adiante — observou Alves.
A seguir, veja algumas soluções para conhecer na FBV:
Foco no gerenciamento
A Vtex, empresa brasileira considerada uma das maiores na área de e-commerce na América Latina, está exibindo na FBV soluções focadas para lojas físicas. Uma delas é a Indeva, plataforma que permite aos empresários fazerem uma gestão inteligente do salão de vendas. A partir da ferramenta, é possível registrar métricas, metas e até o desempenho dos vendedores. Os dados ficam disponíveis para as gerências, onde os gestores conseguem individualizar a performance por funcionário ou avaliar resultados por loja ou segmento.
Outra solução é a Suiteshare, plataforma que otimiza os atendimentos feitos pelos lojistas a partir do WhatsApp. A tecnologia é gaúcha e foi criada em Gravataí, mas foi adquirida no ano passado pela Vtex. A solução faz uma conexão entre os links que levam ao WhatsApp da empresa, permitindo direcionar melhor o cliente para cada tipo de atendimento. Segundo os desenvolvedores, isso humaniza o atendimento, eliminando uma comunicação muitas vezes truncada feita por um chat bot.
Marlon Candido, fundador da Suiteshare e hoje líder de Experiência do Cliente na Vtex, diz que a pandemia obrigou muitos negócios a se digitalizarem e que é enorme a evolução que a tecnologia percorreu nos últimos anos.
— As tecnologias mudaram muito. Quando começamos, por exemplo, tudo era muito focado no QR Code, coisa que hoje já não é mais. E é muito legal ver o panorama da evolução que tem daquele ponto até agora — avaliou Candido, comparando as mudanças com a última edição em que esteve na FBV, em 2019.
Consulta multimídia
Expondo pela segunda vez na FBV, a Mobi Plus, de Canoas, apresenta na feira um verificador de preço com mídia integrada. São os tradicionais leitores de preço já conhecidos nos supermercados, só que com uso de imagens.
Em uma tela colorida, o terminal de consulta mostra a foto do produto e o seu preço. A informação também é repetida em áudio, para garantir acessibilidade. Supermercados e farmácias têm sido o foco da solução.
Dylan Machado, analista de suporte e TI da Mobi Plus, acrescenta que o utilitário pode ser também explorado comercialmente pelas empresas. No caso do varejo, os espaços nas telas podem ser vendidos tanto para um cliente como para propaganda própria.
— Os terminais monocromáticos são antigos, o pessoal não usa, e hoje em dia tudo é comunicado por mídia audiovisual. Ninguém mais lê panfleto. É uma publicidade a mais — diz Machado.
Autoatendimento para além do posto
Levar a funcionalidade do autoatendimento para locais como empresas e até condomínios está no radar de transformação digital da rede de postos SIM, que apresenta na FBV um conceito de loja autônoma. O modelo de negócio já é testado na sede da rede, em Flores da Cunha, com o público interno da empresa.
Na feira do varejo, o objetivo é apresentar a ideia como um novo jeito de comprar, por meio dos totens nos quais o consumidor realiza e paga a própria compra. O modelo tem se espalhado em condomínios de prédios comerciais e residenciais, como que levando a facilidade de uma loja de conveniência para dentro de casa ou do trabalho.
— A ideia é experimentar, entender a aderência, ver como funciona, e sair da feira com um aprendizado colaborativo, para então montar um plano de interesse — explicou Gilson Sonda, gerente comercial e de operações da Rede SIM de Postos.