O reajuste de 8,87% no preço do diesel anunciado nesta segunda-feira (9) pela Petrobras não encerra a defasagem em relação à paridade internacional. Pelos cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem do insumo está em 11% na comparação com os preços praticados no Golfo do México.
Já a gasolina, que não teve o preço alterado pela estatal, opera com uma defasagem média de 19%.
— Não chegou à paridade, mas foi positivo. Deixa claro o compromisso da nova gestão com a atual política de preços — afirmou o presidente da Abicom, Sérgio Araújo.
E completa:
— O aumento aconteceu apesar da pressão política que todos os presidenciáveis fizeram neste final de semana, criticando a política de preços da Petrobras, o que é um posicionamento em busca de popularidade.
Desabastecimento
O executivo alerta também para o risco de desabastecimento no país diante dos preços defasados. Ele lembra que a entidade tem recebido informações de postos com problema de abastecimento.
Com os atuais preços, as importações de combustíveis têm sido feitas basicamente pela Petrobras e as três principais distribuidoras do mercado (Vibra, Ipiranga e Raízen).
Já as importadoras independentes estão fora da concorrência neste momento.
— Os postos não fidelizados às grandes, os chamados postos de bandeira branca, estão ficando desabastecidos — afirmou Araújo.