Após um dia de idas e vindas em torno de um acordo para votar a PEC dos precatórios, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avisou que colocará o texto em votação ainda nesta quarta-feira (3) mesmo sem ter segurança de que o resultado será favorável ao governo.
— Se tiver os votos, ótimo, se não tiver, paciência — disse Lira em conversa com jornalistas pouco antes de dar início à ordem do dia no plenário.
Embora otimista pelos acordos firmados, inclusive com a oposição, Lira admitiu que o cenário é incerto, mas ponderou que uma definição sobre o texto é urgente, diante da necessidade de dar assistência a até 20 milhões de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza.
— De hoje não passa. Minha obrigação é pautar. Ou ela será aprovada, ou não será — disse.
Logo no início de sua fala, Lira já adotou uma espécie de vacina e afirmou que não tinha como afiançar o resultado. Há três semanas, o presidente da Câmara foi derrotado na votação de uma PEC para alterar as regras do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
— Daqui a pouco estaremos votando PEC dos precatórios com todos os acordos feitos. Não tenho compromisso com resultado, quero deixar isso bem claro — avisou.
Até poucos minutos antes da votação, aliados do governo evitavam cravar um placar esperado para a votação, dada a incerteza do cenário. O governo precisa de 308 deputados para aprovar a PEC em dois turnos de votação.
Integrantes da base precisaram negociar com o PDT, partido de oposição, para conseguir apoio, uma vez que partidos geralmente alinhados ao governo como MDB e PSDB não estão favoráveis à proposta.
Lira ainda avisou que deve votar os dois turnos da PEC ainda nesta sessão, indicando que os trabalhos podem se estender até a madrugada desta quinta-feira (4).