A produção industrial recuou 1,7% no terceiro trimestre deste ano na comparação com os três meses anteriores, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (4).
O resultado representa o terceiro trimestre seguido de perdas nesse tipo de comparação: no segundo trimestre, houve queda de 3%; no primeiro, recuo de 0,7%. Na comparação com o terceiro trimestre de 2020, a produção industrial caiu 1,1% entre julho e setembro de 2021.
Com a piora registrada na produção em setembro, a indústria brasileira passou a operar 3,2% aquém do patamar de fevereiro de 2020: apenas nove das 26 atividades investigadas se mantêm operando em nível superior ao pré-crise sanitária.
Em setembro de 2021, os níveis mais elevados em relação ao patamar de fevereiro de 2020 foram os registrados pelas atividades de máquinas e equipamentos (19,9%), produtos de madeira (13,8%), minerais não metálicos (11,3%) e metalurgia (8,6%).
No extremo oposto, os segmentos mais distantes do patamar de pré-pandemia são veículos (-19,4%), vestuário (-14,6%), móveis (-14,4%), couro, artigos de viagem e calçados (-14%) e produtos do fumo (-12,6%).
Entre as categorias de uso, a produção de bens de capital está 15% acima do nível de fevereiro de 2020, e a fabricação de bens intermediários está 0,1% abaixo do pré-covid. Os bens duráveis estão 21,8% abaixo do pré-pandemia, e os bens semiduráveis e não duráveis estão 6,0% aquém do patamar de fevereiro de 2020.
Além disso, em setembro a indústria ainda operava 19,4% aquém do pico alcançado em maio de 2011. Na categoria de bens de capital, a produção está 26,4% abaixo do pico registrado em setembro de 2013, enquanto os bens de consumo duráveis operam 43,8% abaixo do ápice de junho de 2013. Os bens intermediários estão 16,4% aquém do auge de fevereiro de 2011, e os bens semiduráveis e não duráveis operam em nível 16% inferior ao pico de junho de 2013.
O nível atual de produção é semelhante ao de janeiro de 2009, apontou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE:
— Isso nos dá a dimensão do quanto o setor industrial já perdeu em anos anteriores e o quanto vem aprofundando essa perda ao longo de 2021.
A queda de 0,4% na produção industrial em setembro ante agosto fez o setor acumular uma perda de 2,6% em quatro meses de recuos consecutivos. Dos nove primeiros meses de 2021, a indústria cresceu em apenas dois: janeiro (0,2%) e maio (1,2%).