O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBI), Adriano Pires, disse ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, desta quarta-feira (3), que o aumento no preço do combustível visto em alguns postos de gasolina do país, sem qualquer anúncio de elevação por parte da Petrobras, é permitido, pois a legislação dá liberdade para isso.
— Cada distribuidora coloca a margem que quer. O que não pode é ter práticas de cartel, de monopólio — disse. — Não existe produto que tenha preço igual em todas as lojas. É mais comum ver aumento de preço após um anúncio da Petrobras, mas a mudança (de preço) é livre — completou.
Para Pires, a Petrobras gera um "monopólio dos combustíveis", e espera que no horizonte da empresa esteja a venda de mais refinarias - duas já foram repassadas para o setor privado, na Bahia e no Amazonas.
— Espero que a Petrobras consiga vender as refinarias e que a gente tenha, finalmente, uma concorrência no refino. Uma concorrência na importação, que até estamos tendo hoje, mas é pequena. E a gente precisa que o consumidor entenda que nesse mercado é preciso correr para o menor preço.
— A sociedade não está aguentando mais pagar esses preços que são cobrados no combustível — disse.
Pires recomendou que, para tentar amenizar o problema, os consumidores tentem negociar o valor dos combustíveis nos postos, citando a forma de pagamento como uma ferramenta para isso.
— Com este monopólio (da Petrobras), você transfere para outros setores da cadeia: a distribuição e a revenda. A distribuidora só tem um lugar para comprar o combustível, então, teoricamente, todos compram por um mesmo preço. Depois, tem a margem da distribuidora e, quando chega no posto, acaba não havendo muita diferença nos diferentes postos em termos de preço de combustíveis — disse.