A cotação do bitcoin subiu acima de US$ 60 mil pela primeira vez desde abril e está se aproximando de seu máximo, enquanto a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) estuda a possibilidade de autorizar fundos indexados (ETFs) vinculados à criptomoeda — uma medida que pode aumentar a demanda.
O preço do bitcoin disparou 40% em um mês, chegando a US$ 60.126, por volta das 11h15min desta sexta-feira (15), de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Os compradores esperam que este novo produto financeiro permita que atores financeiros mais tradicionais participem do mercado. Desde 2013, a SEC tem rejeitado consistentemente vários pedidos para criar esses fundos negociados na bolsa e que replicam o preço do bitcoin.
Segundo a Bloomberg, porém, que cita fontes próximas ao assunto, o regulador pode aprovar o lançamento desses produtos na próxima semana.
Em sua conta no Twitter, a SEC escreveu na noite de quinta-feira (14): "Antes de investir em um fundo que tem contratos futuros sobre bitcoin, certifique-se de pesar os riscos e benefícios", uma mensagem vista pelos fãs das criptomoedas como um sinal de que os fundos serão aceitos em breve.
— Este é um momento-chave para as criptomoedas — disse Walid Koudmani, analista da XTB.
— No longo prazo, esta é uma notícia importante, pois indica que as autoridades estão aceitando a ideia de pessoas possuindo criptoativos — comentou Charlie Erith, chefe da gestora de criptomoedas ByteTree Asset Management, em conversa com a AFP.
Os órgãos reguladores permanecem ambivalentes sobre um setor descentralizado e desmaterializado, criado do zero por pessoas anônimas há 13 anos.
Na China, por exemplo, as autoridades baniram completamente as plataformas de troca de bitcoins. E as autoridades da Europa e dos Estados Unidos não estão muito mais entusiasmadas.
A SEC tem chamado o setor de criptomoedas, repetidamente, de Velho Oeste e, do outro lado do Atlântico, o vice-governador do Banco da Inglaterra (BoE), Jon Cunliffe, disse que há uma "necessidade urgente" de trabalhar na regulamentação internacional.
Embora a instituição britânica não veja, neste momento, um risco maior de que uma crise da criptomoeda se espalhe para o restante do mercado, ele lembra que, com um tamanho de mais de US$ 2,3 trilhões, o mercado agora é maior que o mercado de subprimes em 2008 (US$ 1,2 trilhão), cujo colapso desencadeou uma crise financeira global.