Comemorado no próximo domingo (8), o Dia dos Pais chega carregado de expectativas por parte de lojistas. Depois de um 2020 de incertezas causadas pela pandemia do coronavírus, entidades ligadas ao comércio projetam crescimento das vendas, puxado pelo avanço na vacinação e na flexibilização para o funcionamento das lojas.
De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Írio Piva, é esperado incremento de mais de 20% nas vendas em relação ao mesmo período de 2020 e de no mínimo 10% sobre 2019. Segundo ele, uma melhora vem sendo observada há cerca de dois meses, incentivada pelo Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho.
— Já estamos observando essa mudança nos últimos 60 dias. Atualmente, o número de vendas está 10% acima do registrado em 2019. É um processo, uma melhoria constante que vem acontecendo e a tendência é isso refletir no Dia dos Pais — afirma Piva.
Mesmo com a alta da inflação e o desemprego elevado, os lojistas acreditam que a venda represada do ano passado, por causa da insegurança gerada no consumidor pela pandemia, deve estimular a compra de presentes para o próximo domingo.
— O próprio comércio vem gerando empregos, em razão dessas datas que aquecem as vendas, então estamos vendo que esse problema (do desemprego) também está começando a ser sanado — complementa Irio.
A frente do Sindilojas, Paulo Kruse projeta um cenário mais otimista: crescimento de 20% a 30% na comparação com a mesma data em 2019. Segundo ele, em shoppings e lojas de rua, o movimento chega a 80% do registrado naquele ano, antes da pandemia. As vendas devem se normalizar, conforme Kruse, a partir de outubro.
— Não temos mais indícios de que o comércio precisará fechar, estamos avançando na vacinação, é um cenário bom para as vendas. O consumidor está mais seguro e o comerciante se planejou mais. Acredito que, talvez, esse possa ser o melhor Dia dos Pais dos últimos anos — projeta.
O Sindilojas estima um gasto médio de R$ 186 por pessoa. Já a CDL espera um tíquete médio de compras no valor de R$ 150.
Conforme Kruse, o período de inverno rigoroso, registrado nos últimos dias, intensifica a procura por peças de vestuário de mais qualidade — e mais caras, consequentemente —, o que aumenta o faturamento. Além das roupas, calçados, perfumes e eletrônicos devem ser os responsáveis por elevar as vendas para a data.
No entanto, para a economista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS), Giovana Menegotto, a expectativa é de que as vendas da data voltem ao patamar de 2019, mas o crescimento em relação àquele ano não é dado como certo:
— Apesar de termos um cenário melhor, ainda temos condições desafiadoras, com consumidores que estão muito cautelosos, uma inflação que diminui o poder de compra das pessoas. São fatores que nos deixam ainda distantes daquele momento que tínhamos antes da pandemia. Mas as expectativas são positivas e devemos voltar ao patamar das vendas de 2019 — pondera Giovana.