Ainda que o governo federal se recuse a falar em racionamento, o presidente Jair Bolsonaro reconheceu, nesta quinta-feira (26), em transmissão ao vivo nas redes sociais, a gravidade da crise hídrica e pediu à população que reduza o consumo de energia elétrica.
— Em grande parte das represas, estamos em 10%, 15% (da capacidade). Estamos no limite do limite — declarou o chefe do Executivo. — Vamos fazer um apelo para você que está em casa. Apague um ponto de luz — acrescentou.
Segundo Bolsonaro, algumas represas do país vão deixar de existir se a crise não der trégua.
O secretário de energia elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Christiano Vieira, pediu na quarta-feira (25) à sociedade "esforço na economia de energia" e disse que o governo dará uma premiação pela redução no consumo. Ainda assim, o chefe da pasta, Bento Albuquerque, disse não entender as medidas como um racionamento.
Durante a live desta quinta, Bolsonaro ainda tentou explicar o aumento da conta de luz dos brasileiros.
— Quando a gente decreta bandeira vermelha, não é maldade, é para pagar outras fontes de energia, no caso termelétricas — disse o presidente.
As termelétricas são abastecidas com combustíveis fósseis, como óleo diesel, e tornam a produção de energia mais cara e poluente.
Além disso, como o chefe do Executivo adotou com a energia a mesma retórica utilizada com o aumento dos preços dos combustíveis e do botijão de gás — tentou dividir o ônus com governadores e pediu aos líderes estaduais a redução do ICMS cobrado sobre a bandeira vermelha.
Na quarta-feira (25), o ministro da Economia, Paulo Guedes, questionou qual seria o problema de a energia, componente de peso na cesta da inflação, ficar um pouco mais cara.