Depois da aquisição da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D), pelo valor simbólico de R$ 100 mil, a Equatorial demarca a sua entrada na região sul do país. Reconhecida no mercado pela recuperação de ativos na cadeia de energia elétrica, a empresa realizou a apresentação, na tarde desta quarta-feira (14), do novo presidente da operação no Estado, Maurício Velloso, acompanhada do anúncio de um plano de recuperação inicial de cem dias e investimentos imediatos de pelo menos R$ 27,3 milhões em duas subestações.
A estratégia está centrada em 2,4 mil ações mapeadas em 50 áreas de atuação, com melhorias previstas para a gestão comercial, de clientes, financeira, operação e regulação. O objetivo, explica o novo presidente da CEEE-D, que irá manter o mesmo nome e a marca conhecida dos gaúchos, é trazer resultados positivos para o equilíbrio financeiro, diante de um passivo avaliado em R$ 4,1 bilhões no momento da aquisição.
Agora, com a incorporação de 1,9 milhão de novos consumidores gaúchos de 72 municípios da Grande Porto Alegre e das regiões Sul, Campanha e Litoral, a Equatorial passa a atuar em 23% do território nacional com uma fatia de 7% do mercado de energia. O novo presidente, Maurício Velloso conhece a praça. Engenheiro elétrico pós-graduado, ele ocupou posição de direção na Brasil Telecom, no momento da privatização da antiga Companhia Rio-Grandense de Telecomunicações (CRT), na década de 1990.
Um dos primeiros desafios do executivo será a necessidade de redução das despesas operacionais por consumidor em cerca de 40%. Outro item no radar são as perdas geradas a partir das ligações irregulares, em quantidade considerada acima da média nacional.
— Vamos trabalhar forte para diminuir a despesa e trazer o equilíbrio da companhia para que ela possa alavancar investimentos necessários à manutenção e crescimento da concessão — afirmou.
Entre os principais problemas identificados na prestação de serviços está, justamente, a qualidade de fornecimento, também maior do que os níveis regulatórios. Por isso, a meta é elevar em 50% os atuais níveis de investimento praticados pela CEEE-D em automação e tecnologia.
Sem precisar o valor total, Maurício Velloso antecipa pelo menos dois aportes imediatos. Um, de R$ 18,8 milhões na construção da subestação 17 de Porto Alegre, para beneficiar 120 mil clientes. Outro, de R$ 8,5 milhões na subestação Salso, em Santa Vitória do Palmar, para garantir infraestrutura suficiente de irrigação e aumentar a produtividade do arroz na metade sul do Estado.
— Temos como pilar a melhoria na prestação de serviços e os investimentos para melhorar a satisfação. Vamos trazer tecnologia do grupo e ampliar os canais de relacionamento, facilitando a vida dos nossos clientes — comenta.
Principais obras previstas no plano de cem dias
Três novas subestações
Zona Norte de Porto Alegre
Santa Vitória do Palmar
Cerro Grande do Sul
Novas fontes de suprimento de energia
Porto Alegre 1
Torres 2
Capivari do Sul
Nova linha de distribuição
entre Viamão e Águas Claras
Ampliação de subestações
Osório
Guaíba
Santo Antônio da Patrulha
Porto Alegre 17
E mais...
7 novas linhas de distribuição
20 novos alimentadores
87 mil novas ligações em rede
1,8 mil ligações com obras na rede
Construção de 208 km de rede de distribuição
Principais investimentos imediatos
R$ 18,8 milhões
Subestação Porto Alegre 17
2 quilômetros de extensão
53 MVA (milhão de voltampères) instalados
120 mil pessoas beneficiadas
Meta: melhorar a qualidade e disponibilidade de energia na zona norte da Capital
R$ 8,5 milhões
Subestação Salso
1 quilômetro de extensão e 26,5 MVA (milhão de voltampères) instalados
36 mil pessoas beneficiadas
Previsão: 2021/2022
Meta: garantir infraestrutura para aumentar a produtividade do arroz na metade sul do RS