A Anfavea, entidade que representa as montadoras, diz que o governo praticamente tornou inviável o mercado de carros adaptados a pessoas com deficiência ao limitar a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a automóveis do tipo com preço de, no máximo, R$ 70 mil.
A associação emitiu nota em que diz ter recebido com surpresa a medida, que se soma à taxação do lucro dos bancos e ao fim do regime especial da indústria química para compensar a desoneração do diesel e do gás de cozinha.
Segundo a Anfavea, o teto de isenção de IPI para compra de carros por pessoas com deficiência - categoria do mercado conhecida como PcD - estaria próximo de R$ 170 mil se fosse corrigido pela inflação acumulada desde 2008, quando o valor máximo foi estabelecido.
Para a entidade, a medida do governo, publicada na noite de ontem, estabelece um mecanismo de preço que "praticamente inviabiliza o mercado de veículos PcD", considerando também o impacto sobre os custos de produção vindo da valorização do dólar, que encareceu as importações de peças.
"O atual teto, fixado há 13 anos, inviabiliza a produção de veículos que atendam de forma segura as necessidades específicas do consumidor PcD. Este é mais um exemplo, entre tantos outros, do ambiente de distorção fiscal do nosso país e que também ilustra a urgência da implementação da reforma tributária", afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.