Após o anúncio da Ford de que fechará as fábricas no Brasil, feito nesta segunda-feira (11), o Ministério da Economia se manifestou por meio de nota e afirmou que lamenta a "decisão global e estratégica" da empresa de encerrar a produção no país.
A decisão da Ford ocorre devido à "persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas", segundo a empresa.
"A decisão da montadora destoa da forte recuperação observada na maioria dos setores da indústria no país, muitos já registrando resultados superiores ao período pré-crise. O ministério trabalha intensamente na redução do Custo Brasil com iniciativas que já promoveram avanços importantes. Isto reforça a necessidade de rápida implementação das medidas de melhoria do ambiente de negócios e de avançar nas reformas estruturais", afirmou o ministério.
Serão fechadas as fábricas de Camaçari, na Bahia, de Taubaté, em São Paulo, e de Horizonte, no Ceará. O fechamento dos locais implicará na perda de cerca de 5 mil empregos — o ministério não se manifestou sobre esse dado na nota enviada a imprensa.
O Custo Brasil também foi mencionado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda. Para a entidade, a decisão da Ford é um "sinal de alerta para os governos federal, de Estados e municípios, além do Congresso Nacional, sobre a necessidade de aprovar, com urgência", medidas para a redução dele.
— Entendemos que a decisão está alinhada a uma estratégia de negócios da montadora. Mas, o ambiente de negócios é um dos fatores que pesam no momento de decisão sobre onde permanecer e onde fechar. O Brasil tem que lutar para melhorar sua competitividade, pois, além das fábricas, há toda uma cadeia automotiva que inclui redes de concessionárias, fornecedores de partes e peças e diversos outros serviços. Essa decisão reforça a urgência de se avançar na agenda de competitividade e redução do Custo Brasil — diz Abijaodi.
De acordo com o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, o fechamento das fábricas é uma péssima notícia, em um momento de recuperação econômica, tanto pelos empregos que se perdem quanto por "todo o impacto na cadeia produtiva do setor automobilístico, uma das mais complexas da indústria brasileira".
Na nota da Ford sobre o fechamento, a empresa afirma que está "mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global".
"Vamos também acelerar a disponibilidade dos benefícios trazidos pela conectividade, eletrificação e tecnologias autônomas suprindo, de forma eficaz, a necessidade de veículos ambientalmente mais eficientes e seguros no futuro", disse Jim Farley, CEO da Ford, em comunicado enviado à imprensa.