No dia em que tornou-se pública a conclusão do inquérito da Polícia Civil, com indiciamento de seis pessoas devido ao homicídio de João Alberto Freitas, o Carrefour divulgou, nesta sexta-feira (11), uma carta detalhando “compromissos antirracistas e plano de ação de longo prazo”.
A rede de mercados, a partir de oito eixos, promete tomar medidas para combater o racismo e qualquer forma de discriminação nas suas unidades.
Freitas, homem negro de 40 anos, foi espancado por seguranças a serviço do Carrefour, na unidade da Zona Norte de Porto Alegre, no dia 19 de novembro, morrendo por asfixia após um dos agressores lhe imobilizar com o joelho sobre as costas.
Um dos compromissos anunciados versa sobre a "carreira de pessoas negras". A partir de 2021, a rede quer capacitar 100 pessoas negras por ano para que estejam aptas a assumir posição de liderança na organização.
Outro item conexo é a “contratação de pessoas negras”, que prevê admitir nos quadros do Carrefour 20 mil colaboradores afrodescendentes por ano, incluindo cargos estratégicos.
No primeiro trimestre de 2021, a rede pretende abrir um canal de ouvidoria com foco no combate ao racismo e outros meios de discriminação. A ferramenta poderá ser utilizada por clientes que queiram denunciar abusos dentro das lojas.
A rede ainda anunciou a adoção de um projeto piloto, que se iniciará em quatro unidades do Rio Grande do Sul na próxima segunda-feira (14), para que todos os funcionários da segurança interna das lojas sejam contratados do Carrefour, e não de terceirizadas.
Também foram divulgados como compromissos a “política de tolerância zero”, a “divulgação e capacitação sobre política de tolerância zero”, o “investimento social privado” e a “aceleradora de empreendedorismo negro”.
“O Carrefour entende que estes compromissos adotados são apenas o início de uma mudança que se faz necessária”, diz o comunicado distribuído pela rede.