O trio formado por TIM, Vivo e Claro deve assumir a liderança na corrida pela aquisição da rede móvel Oi na próxima semana, caso não seja renovado o direito de exclusividade nas negociações assinado dias atrás entre a Oi e a Highline do Brasil e que expira na segunda-feira (3).
Conforme o jornal Estadão, a Highline desistiu de fazer nova oferta pelos ativos da operadora. Com isso, deve perder o direito de exclusividade, que passará para TIM, Vivo e Claro. O trio vai fatiar as redes e os clientes da Oi entre si.
A Oi avalia suas redes de telefonia e internet móveis, que reúnem 33,9 milhões de clientes, em ao menos R$ 15 bilhões. A primeira oferta partiu de TIM, Vivo e Claro em meados de julho. O valor não foi informado, mas a reportagem apurou que foi de R$ 15,1 bilhões.
Na sequência, a Highline - empresa especializada em infraestrutura de telecomunicações e controlada pela americana Digital Colony - colocou na mesa um valor não revelado, mas superior a esse lance. Daí veio a reação, com nova proposta, agora com o valor de R$ 16,5 bilhões.
Em comunicado oficial, a Oi já disse que o novo lance do trio de operadoras "tem condições financeiras mais vantajosas". Já nos bastidores, não descarta nenhum proponente, e o comentário é de que o lance da Highline é "bom o bastante" para vingar. Isso porque o lance vencedor não será pautado apenas pelo seu valor.
O plano da Oi prevê que a direção poderá aceitar a segunda melhor proposta, desde que com preço até 5% inferior àquele apresentado na proposta de maior valor, mediante "justificativa fundamentada".
A Highline tem, na teoria, a vantagem de não provocar uma concentração do mercado brasileiro de telecomunicações em torno de apenas três operadoras - o que facilitaria a aprovação do negócio perante o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Por outro lado, a Highline é uma novata no mercado brasileiro, sem experiência em telefonia e internet móvel para o consumidor final, além de contar com uma infraestrutura incipiente.
O presidente da TIM, Pietro Labriola, mandou recado de que não entrará numa guerra de preço pelo negócio:
— Não temos interesse em entrar em competição irracional em torno do preço", disse, em entrevista, na noite de quarta-feira. "O negócio para TIM não é 'do or die' (faça ou morra).