O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse nesta terça-feira (26) que a situação da Latam no Brasil está sob controle e que o pedido de recuperação judicial anunciado mais cedo era esperado. O Grupo Latam Airlines disse, por meio de comunicado ao mercado nesta terça, que a companhia e suas afiliadas em Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos recorrerão à proteção contra falência nos EUA. O grupo informou que suas afiliadas na Argentina, no Brasil e no Paraguai não foram incluídas no documento.
— É um movimento estratégico da companhia porque ela tem caixa. Quando faz isso, congela dívida de financiamento, consegue cancelar contratos que não são importantes para a operação. É um movimento que estamos monitorando, é bastante planejado — afirmou o ministro durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.
Para Freitas, a filial brasileira ficou de fora porque "estão confiando na linha de crédito do BNDES".
— A gente está monitorando esses movimentos, estamos bastante tranquilos até o momento com a situação das empresas aéreas — disse o ministro.
Freitas afirmou acreditar que o crédito do BNDES, que, segundo ele, deve se concretizar em breve, dará fôlego para as empresas no Brasil.
O ministro afirmou que outras saídas para o setor serão estudadas e deu exemplos, como a compra antecipada de passagens aéreas por parte do governo e a utilização do Fundo Nacional de Aviação Civil como garantia em outras operações de crédito.
O jornal Folha de S.Paulo mostrou que, apesar de ter deixado a filial brasileira de fora de seu pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, a Latam tem enfrentado dificuldades para renegociar contratos de arrendamento de aeronaves que operam rotas no Brasil.
Por aqui, a companhia poderia ter de devolver ao menos 13 aviões a arrendadores. Atualmente, das 160 aeronaves da operação brasileira, ao menos 126 estão paradas.
Segundo pessoas familiarizadas com o caso, a arrendadora proprietária dos equipamentos recusou uma proposta inicial de renegociação dos contratos de operação feita pela Latam Brasil. A empresa teria topado continuar as tratativas, mas as aeronaves não podem ser operadas até que haja um acordo definitivo.