BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Impactado pela crise do novo coronavírus, o mercado de trabalho brasileiro perdeu 763 mil vagas com carteira assinada entre janeiro e abril deste ano.
O fechamento de postos neste ano foi intensificado após a pandemia. Em janeiro e fevereiro, antes da crise de saúde pública, o país criou 338 mil vagas. Em março e abril, já sob efeito de medidas restritivas nas cidades, com fechamento de comércio e empresas, o saldo de empregos foi negativo em 1,1 milhão.
Os dados, do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) foram apresentados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério da Economia com após meses de atraso.
A estatística, que costumava ser mensal, estava suspensa desde o início do ano após mudanças de metodologia e dificuldades do governo em receber dados das empresas por conta da pandemia.
Até então, o país vivia um apagão de informações sobre o emprego formal. O último dado do Caged disponibilizado pelo governo era relativo a dezembro do ano passado.
Informações sobre pedidos de seguro-desemprego já indicavam uma deterioração do mercado de trabalho. Dados reunidos até a primeira quinzena de maio mostram que foram feitas 2,8 milhões de solicitações do benefício no ano, alta de 9,6%. O governo ainda estima uma defasagem na estatística porque outras 250 mil pessoas têm direito à assistência, mas ainda não fizeram o pedido.
Membros da equipe econômica afirmam que os dados do desemprego neste ano seriam ainda piores se o governo não tivesse implementado a medida que autorizou a suspensão ou o corte proporcional de jornadas e salários de trabalhadores.
O programa que libera acordos desse tipo entre patrões e empregados já atingiu 8 milhões de pessoas. O governo argumenta que, nesse caso, 8 milhões de empregos foram salvos até o momento.