Os preços do petróleo, que atingiram o mínimo em 18 anos na segunda-feira (30), se estabilizaram nesta terça (31) nos mercados internacionais. Mas, ao chegar o fim de março, registram a maior queda trimestral da história.
Em Nova York, o barril do tipo WTI para maio subiu US$ 0,39, ou 1,9%, a US$ 20,48. Enquanto isso, em Londres, o barril do tipo Brent recuou US$ 0,02, a US$ 22,74.
Desde o começo do ano, os preços dos dois tipos de barril perderam 66% do seu valor, a pior queda trimestral desde que foram criados os contratos futuros, na década de 1980.
— A oferta seguirá muito acima da demanda por bastante tempo, na medida da baixa da demanda vinculada às restrições ao transporte. Supera amplamente os demais fatores — resumiu Robbie Fraser, da consultoria Schneider Electric.
Martijn Rats, do banco Morgan Stanley, antecipou uma grande deterioração da demanda com a drástica queda do transporte aéreo e terrestre: ele prevê queda de 5 milhões de barris diários em 2020, frente ao 1 milhão que antecipava em 16 de março.
— Dados preliminares indicam que a Arábia Saudita cumpriu sua ameaça e inunda o mercado de ouro negro em um momento em que as refinarias ao redor do mundo limitam sua operação — acrescentou.
A Arábia Saudita e a Rússia se enfrentam em uma guerra de preços desde que suas negociações sobre um corte de produção para sustentar cotações, proposto pela Arábia Saudita, fracassaram no começo de março.
A Rússia se recusa a limitar mais a sua produção. No âmbito de acordos entre a Opep e outros 10 países exportadores, a partir de quarta-feira, todo esse grupo poderá extrair tanto petróleo quanto quiser.