As redes sociais se tornaram terreno de militância de consumidores e lojistas em defesa dos negócios de bairro, vítimas frágeis do sumiço dos clientes diante da pandemia do coronavírus. Clientes têm repassado promoções e contatos de tele entrega dos pequenos comerciantes, frases de conscientização circulam nos aplicativos de conversa.
O objetivo manifestado é que os consumidores não deixem de frequentar pequenos negócios da vizinhança para evitar que venham à bancarrota e gerem desemprego em sua comunidade. Pelo WhatsApp, circula uma mensagem de origem anônima estimulando as pessoas a frequentarem a petshop, mercearia e pequenas lanchonetes locais. “Compre do pequeno. Ajude o independente e mantenha a economia girando”, diz a mensagem.
No Google Maps, internautas criaram um mapa colaborativo com a localização de mercadinhos e comércios de bairro de Porto Alegre. O link passou a ser distribuído por redes sociais e já teve mais de 11 mil visualizações. “Apoio o pequeno negócio pois ele será um dos mais prejudicados nessa fase”, descreve o serviço.
Pelo Instagram, diversos usuários e comerciantes passaram a postar stories com a mensagem #apoieocomerciolocal. A rede de apoio também chega a organizações formais. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado (Sebrae-RS) tem aberto, gradativamente, a maior parte dos conteúdos pagos no seu site para acesso gratuito. Isso inclui vídeo-aulas, cursos, publicações especializadas e conteúdo pontual que está sendo elaborado para o atual contexto.
— É uma situação em que o prejuízo é praticamente inevitável, mas é possível amenizar o tombo com informações e apoio para gerir o negócio — afirma André Vanoni de Godoy, diretor-superintendente do Sebrae-RS.
Dentre os cursos, há lições sobre fluxo de caixa, estratégias de negociação, legislação trabalhista e marketing. A oferta de material é uma forma de manter a entidade a serviço dos empresários, uma vez que a tendência é que todas unidades físicas no Estado sejam temporariamente fechadas nos próximos dias, explica Godoy.
— É hora de todos os que compõem a cadeia de consumo fazerem sua parte. Se os consumidores desaparecerem e credores forem irredutíveis na renegociação de encomendas ou aluguéis, teremos uma sequência de prejuízos que não é boa para ninguém — afirma.