Depois de atingir o maior valor da história na quarta-feira (12), o dólar abriu as negociações nesta quinta-feira (13) renovando o recorde ao ultrapassar a marca de R$ 4,38 minutos após a abertura do mercado. Mas a cotação caiu no decorrer da manhã após o Banco Central (BC) anunciar intervenção para segurar a cotação. Às 10h45min, a moeda americana era negociada a R$ 4,341, em queda de 0,22% em relação ao fechamento da véspera.
Para segurar o índice, o Banco Central vendeu todos os contratos de swap tradicional da oferta de até 20 mil que vencem em agosto, outubro e dezembro de 2020. O leilão de swap é equivalente a uma venda da moeda no mercado futuro, de derivativos, e é o mecanismo mais comum utilizado pela autoridade financeira nacional para segurar a desvalorização do real.
A alta do dólar está relacionada a dados que indicam retomada mais lenta da economia. Na quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou fraco desempenho do varejo no ano passado, que embora positivo ficou abaixo de anos anteriores. Isso pode levar a novos cortes na Selic por parte do BC como estímulo. Com juros mais baixos, estrangeiros retiram investimentos do país, o que eleva o preço da moeda americana.
Na quarta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que o dólar valorizado não preocupa e disse que com a moeda baixa havia uma "festa" de brasileiros indo a Disneylândia, nos Estados Unidos:
— Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Vamos importar menos, fazer substituição de importações, turismo. (Era) todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para a Disneylândia, uma festa danada — disse.