A diferença salarial por sexo no Rio Grande do Sul é a sexta maior entre as 27 unidades da federação, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (16).
Em 2018, as mulheres que trabalham tiveram renda mensal média de R$ 2.056, enquanto para os homens o rendimento foi de R$ 2.745. Desta maneira, os gaúchos receberam 33,5% a mais do que as gaúchas.
No Brasil, a diferença a favor dos homens é ainda maior em Mato Grosso (40%), Distrito Federal (37%), Paraná (34,7%), Santa Catarina (34,3%) e São Paulo (33,6%).
A discrepância da renda no mercado de trabalho gaúcho, porém, supera até mesmo a média do Brasil. No país, as mulheres tiveram renda média de R$ 1.938 a cada 30 dias e os homens de R$ 2.460, brecha de 26,9%. Em apenas dois Estados brasileiros, as mulheres têm renda superior à dos homens: Amapá e Roraima.
De acordo com a pesquisadora do IBGE Adriana Beringuy, o próprio perfil do mercado de trabalho gaúcho ajuda a explicar as diferenças. Isso porque o Estado tem indústria forte, setor onde geralmente há predominância masculina na força de trabalho e os salários são maiores. Já a participação feminina acaba sendo significativa em atividades com remunerações médias mais baixas, como ensino e saúde.
Diferença salarial maior entre brancos, pardos e pretos
A Pnad Contínua também realiza um recorte comparando as remunerações médias mensais por cor e raça. Por esse critério, em 2018, no Brasil, as pessoas brancas ganharam R$ 2.897, as pardas, R$ 1.659 e as pretas, R$ 1.636. Desta maneira, os brancos recebem, na média, 74,6% a mais que os pardos e 77% a mais que os pretos.
Em igual período, no Rio Grande do Sul, as pessoas brancas tiveram salário médio de R$ 2.625, as pardas de R$ 1.704 e as pretas de R$ 1.765. No Estado, a lacuna entre brancos e pardos chega a 54% e entre brancos e pretos é de 48,7%. Entre as 27 unidades federativas, o Estado é a 13ª com maior diferença salarial tanto entre brancos e pardos, como entre brancos e pretos. Em nenhum local do Brasil, pessoas pretas ou pardas têm rendimentos médios superiores aos dos brancos.