Funcionários dos Correios decidiram entrar em greve no Rio Grande do Sul por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleias que ocorreram em Porto Alegre e em cinco cidades do Interior (Passo Fundo, Pelotas, Caxias do Sul, Capão da Canoa e Santa Cruz do Sul), e a paralisação começou a valer às 23h desta terça-feira (10). A greve também foi acatada por trabalhadores de Santa Maria e região, que são representados por um sindicato independente.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do RS (Sintect-RS), que representa a maior parte dos municípios do Rio Grande do Sul, a medida vale para todo o país. As federações que representam os trabalhadores em nível nacional, Fentect e Findect, já haviam orientado os sindicatos a paralisarem.
Um dos motivos para a greve é a campanha salarial e a falta de acordo entre os funcionários e os Correios. Segundo o Sintect-RS, a empresa não aceitou a prorrogação do acordo coletivo, que estava vigente até agosto. Os trabalhadores dos Correios protestam contra a proposta de reajuste salarial oferecida pela empresa, de 0,8%. O valor é menor que os 3,1% da inflação acumulada em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Os funcionários também protestam contra a retirada de direitos da categoria e contra a privatização dos Correios, medida que já teve manifestação favorável do presidente Jair Bolsonaro.
"Serviços melhores e mais baratos só podem existir com menos Estado e mais concorrência, via iniciativa privada. Entre as estatais, a privatização dos Correios ganha força em nosso governo", disse o presidente em uma publicação no Twitter, em junho deste ano.
Conforme o Sintect-RS, ainda não é possível saber qual a adesão à greve, mas o atendimento será mantido nas agências, com o mínimo de 30% do serviço. Procurada, a superintendência dos Correios no Rio Grande do Sul informou que ainda avalia o impacto da greve.