BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente interino, Hamilton Mourão, disse nesta quarta-feira (17) acreditar que dificilmente o Poder Legislativo aprovará a a- doção de um imposto único no país no rastro da reforma tributária.
A ideia foi defendida na terça-feira (16) por representantes do setor empresarial que compõem o Instituto Brasil 200, durante evento, em São Paulo, com a participação do general.
A proposta é que os atuais tributos federais, estaduais e municipais sejam substituídos por um imposto único sobre transações financeiras, com alíquota de cerca de 2,5%, em formato semelhante ao da extinta CPMF.
"Eu tenho estudado esse assunto e ainda não tenho uma opinião coerentemente formada, porque ela equilibra para algumas cadeias de valor e para outras desequilibra, disse Mourão.
O general afirmou que na semana que vem discutirá o assunto com o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra. Ele lembrou que, hoje, há três propostas com conteúdos diferentes.
"Tem a do Senado, que é a do [ex-deputados federal Luiz Carlos] Hauly. Tem a da Câmara, que é do [economista] Bernardo Appy. E tem a nossa", disse.
Em entrevista publicada na Folha nesta quarta (17), o presidente da comissão especial sobre reforma tributária na Câmara, o deputado Hildo Rocha (MDB-MA), demonstrara ceticismo sobre o novo imposto sobre pagamentos em estudo pelo Ministério da Economia e pelo Congresso.
"A população não gosta muito desse tipo de tributo. Aumenta a carga tributária mesmo que tenha uma alíquota baixa. Não acredito que prospere em razão disso."
Mourão defendeu também medidas para aquecer o consumo, como a liberação dos saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do PIS-Pasep, o que deve ser feito até a semana que vem.
"A gente precisava colocar algumas medidas na microeconomia para dar uma aquecida no consumo. Então, o ministro Paulo Guedes [Economia] estava aguardando a passagem da reforma previdenciária para que ele pudesse colocar esse tipo de medida de modo", afirmou Mourão, que está no exercício da Presidência da República enquanto Bolsonaro participa de reunião do Mercosul na Argentina.