A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi uma das atingidas pelo corte de verbas do Ministério da Educação. A perda da instituição foi de R$ 45,9 milhões, de um total de R$ 142,7 milhões previstos para custeio e capital. Isso significa que a universidade terá, neste ano, o menor orçamento da década, com cerca de R$ 96 milhões previstos para custeio. O assunto foi tema do Santa Maria de Negócios deste domingo (12).
De acordo com o reitor da instituição, Paulo Burmann, o maior impacto será nas despesas básicas, como pagamento de água, luz e telefonia e contratos com trabalhadores terceirizados. Ele também destaca que as verbas serão diretamente influenciadas, uma vez que os recursos para capital sofreram bloqueio.
Burmann acrescenta ainda que com essa previsão, a universidade consegue se manter em dia até setembro:
_ Com o ritmo atual de execução do orçamento teríamos margem para trabalhar até setembro com algum nível de normalidade. Depois de setembro, as coisas começarão a se tornar muito mais complexas. Há possibilidade de não pagamento de obrigações contratuais da universidade por conta da falta total de recursos.
O reitor explica que a universidade já vinha adotando medidas de contingenciamento há alguns anos e que, por isso, a situação agora é ainda mais complicada:
— O contingenciamento não é novidade. Na UFSM trabalhamos com isso desde 2014. A diferença é que agora esses cortes chegam em um orçamento que já estava enxuto, com pouca ou nenhuma margem de manobra. Já temos esse orçamento arroxado e, neste ano, recebemos este corte de 30%. Estamos definindo um plano de contingenciamento em cima do que já estava contingenciado, mas mesmo assim será difícil definir o que será cortado novamente. Esperamos que o governo reveja e que o bom senso retorne.
A UFSM tem 28 mil estudantes e movimenta, por ano, no orçamento geral, mais de R$ 2 bilhões:
— Falando somente da importância em números, é a injeção de 1,2 bilhões no ano na economia da região. Fora isso, temos 28 mil estudantes de todo o Rio Grande do Sul e também de fora do Estado que depois de formados retornam para suas cidades como profissionais das mais diferentes áreas. É o conhecimento a informação a serviço da comunidade, a pesquisa e a tecnologia à disposição das pessoas. É para isso que a UFSM existe. Isso impacta no desenvolvimento econômico e social da comunidade em que ela está inserida —, declarou o reitor.
Confira, abaixo, a íntegra do Santa Maria de Negócios deste domingo (12):