RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, afirmou em reunião com representantes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que o Censo Demográfico 2020 é prioridade e que o governo encontrará recursos para a pesquisa.
"Nunca foi intenção não realizar o Censo", disse ele. A possibilidade de corte no orçamento da pesquisa desencadeou uma série de mobilizações entre funcionários do IBGE e associações de classe relacionadas ao setor.
Coordenada pela presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, a reunião ocorreu na sexta (10). Um vídeo com trechos do encontro foi divulgado internamente pelo instituto nesta segunda (13). Nele, Guaranys garante que haverá recursos.
"Vamos ver qual é o cronograma de vocês e eu vou dando os recursos de forma adequada. Não tem nem discussão. A gente vai ter de fazer o Censo", afirmou o secretário. "Sendo prioritário, temos de cortar outras coisas."
Ao assumir o comando do IBGE, Guerra determinou um corte de 25% no orçamento da pesquisa, inicialmente previsto em R$ 3,4 bilhões. A maior parte dos gastos ocorrerá em 2020, quando os recenseadores coletarão informações nos cerca de 70 milhões de domicílios brasileiros.
O governo fez um primeiro contingenciamento de recursos do orçamento em março e deve fazer outro no fim deste mês, mas Guaranys disse que a expectativa é de melhora na arrecadação no segundo semestre, com a aprovação da reforma da Previdência e obras em concessões.
Em comunicado interno, o IBGE diz que o governo alterou o contingenciamento de recursos do Censo em 2019, passando de 87% para 22%, e lembrou que o instituto recebeu autorização para realizar três concursos para a contratação de temporários para a pesquisa.
"Não existe país sem Censo. Não temos políticas públicas sem um Censo adequado", defendeu o secretário-executivo do Ministério da Fazenda.