Depois de quadruplicar a oferta de papéis de longo prazo no leilão desta quinta-feira, 18, o subsecretário do Tesouro Nacional, José Franco de Morais, informou que o retorno a lotes maiores de NTN-F será gradual.
"É um retorno gradual à situação de nova normalidade. É claro que tem um ajuste fino, porque o Tesouro atua sempre de acordo com as condições de mercado", disse Franco em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Segundo ele, o humor do mercado e as incertezas no mercado externo e doméstico diminuíram esta semana, o que permitiu o aumento da oferta de 100 mil para 400 mil títulos.
"O cenário está menos incerto. Mas queria deixar claro que é um retorno muito gradual", ressaltou ele, ponderando que o nível de risco diminuiu, mas incertezas continuam com a política de aperto de juros dos Estados, guerra comercial e orçamento da Itália. No âmbito doméstico, a incerteza é com a capacidade do governo de fazer as reformas necessárias para o processo de consolidação fiscal do Brasil.
"Precisamos conviver com essas incertezas", disse. Segundo Franco, o Tesouro permanece atento à condição do mercado e age com maior cuidado para que não haja pressão desnecessária. Ele descartou a volta aos volumes de oferta de NTN-F NP primeiro trimestre do ano de 1,5 milhão de títulos.
No primeiro trimestre, o mercado estava bastante otimista e comprador de títulos de longo prazo, com o Tesouro vendendo volumes elevados de NTN-F. Mas em meados de maio, houve uma reversão de expectativas do mercado. Câmbio e taxa de juros foram impactados, o que levou o Tesouro a colocar um pé no freio, reduzindo o tamanho dos lotes, primeiramente de NTN-F, e depois de LTN e NTN-B.
O diagnóstico foi de que o nível de risco do mercado estava muito alto e o Tesouro acabou fazendo uma recompra líquida de papéis de R$ 20 bilhões.
Nas últimas semanas, a situação começou a melhorar tanto no mercado doméstico como externo. Turquia e Colômbia fizeram, na semana passada, emissões externas depois de um período de fechamento do mercado para novas emissões.
"O cenário está menos incerto e isso se reflete nos preços dos ativos", disse Franco. O Tesouro substituiu hoje as ofertas fixas de 100 mil pela de 400 mil.