A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho com alta de 1,26% . Em maio, o avanço havia sido de 0,40%, conforme divulgou nesta sexta-feira (6), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Parte dessa aceleração deve-se aos protestos de caminhoneiros ocorridos no final de maio, que afetaram a economia do país de modo geral.
O resultado é o maior desde janeiro de 2016, quando foi registrada alta de 1,27%, e o maior para um mês de junho desde 1995 – na ocasião, o índice chegou a 2,26%. No ano, a taxa acumulada de inflação chega a 2,60%. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 4,39%.
A greve dos caminhoneiros pressionou os gastos das famílias com alimentação e transportes em junho, segundo Fernando Gonçalves, gerente na Coordenação de Índices de Preços do IBGE. Com os bloqueios nas estradas, mercados e feiras enfrentaram dificuldade de abastecimento, o que elevou os preços dos produtos.
Os grupos Alimentação e bebidas (2,03%), Habitação (2,48%) e Transportes (1,58%), que respondem por cerca de 60% das despesas das famílias, foram os que mais influenciaram o IPCA de junho, um impacto de 1,18 ponto porcentual, o equivalente a cerca de 93% da inflação do mês.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas Vestuário apresentou deflação em junho, com queda de 0,16% nos preços. Os Artigos de residência subiram 0,34%, Saúde e cuidados pessoais, 0,37%, Despesas pessoais, 0,33%, e Educação, 0,02%. Os preços no grupo Comunicação ficaram estáveis.