O porcentual de famílias com dívidas alcançou 59,1% em maio, ante 60,2% em abril, mostrou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta terça-feira, 5, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A inadimplência também caiu, já que a proporção das famílias com dívidas ou contas em atraso passou de 25,0% em maio para 24,2% em abril.
Os dados foram antecipados na segunda-feira pela Coluna do Broadcast. Os indicadores registraram queda também em relação a 2017. O porcentual de famílias com dívidas caiu 1,6 ponto porcentual ante maio do ano passado. Já a proporção das famílias com dívidas ou contas em atraso recuou 1,3 ponto porcentual.
Além disso, a proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar as suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, tendem a permanecer inadimplentes, passou de 10,3% em abril para 9,9% em maio de 2018, apresentando queda também em relação aos 10,1% verificados em maio do ano passado.
"A redução do endividamento observada nos últimos meses reflete um ritmo menor de recuperação do consumo das famílias e uma maior cautela na contratação de novos empréstimos e financiamentos", diz, em nota, Marianne Hanson, economista da CNC.
A proporção das famílias que se declararam muito endividadas diminuiu em relação a abril, passando de 14,2% para 13,4% do total de entrevistadas. Na comparação anual, também houve queda de 0,9 ponto porcentual. Segundo a CNC, o resultado de maio de 2018 é o menor patamar para o endividamento excessivo desde novembro de 2015.
Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 32,5% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre aquelas endividadas, 19,5% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas. Segundo a CNC, o tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 64,4 dias em maio, acima dos 62,6 de maio de 2017.
A Peic é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010, com dados coletados em todas as capitais e no Distrito Federal, com cerca de 18 mil consumidores. São notadas todas as modalidades de crédito para considerar o consumidor endividado.
O cartão de crédito continua sendo o principal tipo de dívida, apontado por 75,7% das famílias entrevistadas. Em seguida, vêm os carnês (16,3%) e, em terceiro lugar, o financiamento de carro (11,1%).