A paralisação de diversos setores produtivos e do consumo durante a greve dos caminhoneiros terá um impacto na arrecadação de impostos do Estado estimado em R$ 150 milhões, conforme a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz). A estimativa é feita com base nas notas fiscais eletrônicas emitidas pelas empresas.
Desse total, ao menos R$ 70 milhões, segundo o subsecretário da Receita Estadual, Mario Luis Wunderlich dos Santos, são relativos à venda de combustíveis. Conforme o subsecretário, esses recursos não têm como ser recuperados. Já as perdas em outros setores da indústria ainda podem mudar, dependendo da reação de cada setor.
De acordo com o secretário, a baixa de arrecadação deve afetar, imediatamente, as despesas fixas do governo do Estado, como o pagamento dos salários dos servidores.
— Como o Estado está trabalhando abaixo do limite, inclusive já atrasando salários, qualquer queda, qualquer impacto repercute em todas as despesas, em especial na folha de pagamento. Se buscam outras formas de compensar, mas esse montante (estimado) é muito alto — avaliou o subsecretário.
A Secretaria da Fazenda também estima que as medidas tomadas pelo governo federal para reduzir o preço do diesel causem impacto de outros R$ 130 milhões ao Estado até o fim do ano. Para baixar o valor do diesel, o governo federal zerou a Cide sobre o combustível, que tem parte dos recursos destinados aos Estados.
Por outro lado, a Secretaria da Fazenda considera que a corrida aos supermercados e outros pontos de varejo pode acarretar um leve aumento na arrecadação de impostos sobre esse setor.