A Marcopolo, de Caxias do Sul, prevê a falta de matéria-prima para a fabricação de ônibus a partir de segunda-feira. Por isso, a montadora realizará a partir da tarde desta quinta-feira (21) a votação para definir se haverá paralisação das atividades na semana que vem. O resultado final da votação deve sair nesta sexta-feira.
A intenção, conforme a assessoria da empresa, é aprovar a paralisação na segunda, terça, quarta e sexta-feira, pois quinta a produção já seria interrompida pelo feriado.
A paralisação dos caminhoneiros está repercutindo na empresa e nos seus parceiros. Começam a faltar insumos e componentes para a montagem dos ônibus, e a falta de combustível também poderá impactar no transporte dos colaboradores para o trabalho.
Cerca de seis mil trabalhadores seriam afetados pela medida. Se houver interrupção da produção, as horas serão compensadas em datas a serem informadas.
Sindicato das indústrias recomenda flexibilização
O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs), Reomar Slaviero, manifestou a preocupação da entidade com os reflexos deste movimento em 3,2 mil empresas do segmento, que empregam 50 mil pessoas em Caxias do Sul e nos 16 municípios da sua base regional:
_ As empresas correm o risco de paralisar suas atividades em função da falta de matéria-prima que é transportada diariamente. Não havendo transporte disponível, os próprios trabalhadores terão dificuldade de deslocamento. Entendemos que as manifestações mesmo que sejam coerentes e decorrentes de insatisfações com o aumento dos combustíveis, irão afetar o segmento produtivo, gerando um problema econômico e social sem precedentes _ afirmou o dirigente.