Ao comentar a afirmação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre a possibilidade de a CEEE-Distribuidora (CEEE-D) perder a concessão, o secretário de Minas e Energia do Estado, Artur Lemos Júnior, defendeu que a companhia necessita de um corte de R$ 525 milhões, que passa pela redução no número de servidores. O secretário afirmou, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, que não há recursos para os investimentos que são exigidos. Segundo a agência reguladora, a companhia necessita de R$ 2,6 bilhões até 2020 para cumprir o acordo da concessão.
Lemos Júnior defendeu que fazer investimentos sem reduzir custos só postergaria os problemas da companhia.
— Nós colocarmos dinheiro público na companhia sem fazer os ajustes que são necessários, e o ajuste necessário está no item pessoal, que a gestão por ser pública não tem a condição de aumentar e efetivar maiores desligamentos. Coloca recurso, espera alguns anos e você vai ter o problema para administrar novamente.
Conforme o secretário, em 2016 a CEEE-D desligou 123 colaboradores, mas isso seria o limite de demissões possíveis na administração pública. Em alguns setores, conforme Lemos Júnior, há excesso de servidores, enquanto, em outros, há falta. No entanto, conforme ele, não é possível fazer o deslocamento, já que os funcionários são contratados por meio de concurso para função específica.
— O número de desligamentos da companhia deveria ser muito superior a esse número.
Ouça a entrevista do secretário no Gaúcha Atualidade:
Atualmente, segundo o secretário, são investidos cerca de R$ 10 milhões mensais em melhorias, como troca de equipamentos, enquanto a folha de pagamento é de cerca de R$ 40 milhões.
— Isso acaba a longo prazo prejudicando o serviço ao consumidor. A gestão fez o que conseguiu fazer sem ter recursos disponíveis.
Segundo a Aneel, a CEEE-D é a sexta pior de distribuição do setor no país. A avaliação leva em conta critérios como falta de energia e prazos de atendimento aos clientes. Ao ser questionado sobre o que o governo tem feito para melhorar os serviços, o secretário afirmou que, quando houve a renovação da concessão, a companhia apresentava os piores indicadores da história:
— Hoje, a CEEE tem os melhores indicadores dos últimos 15 anos, mas ainda não é suficiente.