O Índice Nacional de Preços do Consumidor (IPCA), indicador básico da inflação na economia brasileira, subiu 0,42% em outubro na comparação com setembro, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês passado, o aumento havia sido de 0,16%.
No entanto, a inflação acumulada para o período de janeiro a outubro, de 2,21%, é a menor desde 1998, quando esteve em 1,44%. A projeção do mercado, conforme o último relatório Focus do Banco Central, indica que a inflação em 2017 deve ficar em 3,08%.
Alta por grupos
A aceleração da inflação teve como principal influência a alta no grupo Habitação que, com variação de 1,33%, além de ter sido a maior entre todos os grupos pesquisados, foi responsável por quase metade do índice do mês, com contribuição de 0,21 ponto percentual para a variação de 0,42% na inflação de outubro (0,42%).
Segundo o IBGE, além da alta média de 3,28% nos preços da energia elétrica, a elevação de 12,9% no botijão de gás nas refinarias da Petrobras foi determinante para a alta do grupo.
Além do grupo Habitação, a maioria dos grupos que compõem a inflação também registraram alta. Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, as exceções foram Alimentação e Bebidas (-0,05%) e Artigos de Residência (-0,39%) que registraram deflação.
No caso dos alimentos, outubro foi o sexto mês consecutivo que o grupo apresentou deflação, embora bem menos intensa do que a registrada em setembro (-0,41%). O IBGE lembra que tal sequência de variações negativas ocorreu também no período de abril a setembro de 1997, com seis meses seguidos de queda nos alimentos.
Nos últimos 12 meses, a variação acumulada do grupo é -2,14%. No ano, a variação está em -2,02% sendo que, dos dez meses transcorridos, sete apresentaram variação negativa. O acumulado no ano é o menor registrado para o período desde a implantação do Plano Real em 1994.
A queda nos preços dos alimentos em outubro, segundo o instituto, deveu-se à redução de 0,74% no preço médio dos alimentos para consumo em casa, com quedas no feijão mulatinho (-18,41%), alho (-7,69%) e açúcar cristal (-3,05%), entre outros.