O governo federal garantiu a realização das segunda e terceira rodadas de partilha do pré-sal, marcadas para esta sexta-feira (27). A liminar que, desde a madrugada, suspendia a segunda e a terceira Rodada de Partilha da Produção, organizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foi derrubada, conforme o jornal O Estado de S. Paulo.
O leilão que ocorre nesta sexta-feira, quatro anos depois do primeiro envolvendo a área de Libra, é o primeiro que não contará com a Petrobras como operadora única. De acordo com a Lei 12.351/2010, a Petrobras deveria ser a única operadora do pré-sal, mas uma lei de 2016 acabou com essa obrigatoriedade.
A Advocacia-Geral da União (AGU) foi procurada e ainda não comentou. A ministra Grace Mendonça deve falar com a imprensa na sede do TRF1, em Brasília.
A concorrência estava marcada para as 9h. Executivos das grandes petroleiras estão no hotel Grand Hyatt, na Barra, zona oeste do Rio de Janeiro, desde cedo, aguardando o certame, e dentre eles fontes disseram que "a liminar caiu". Já em Brasília, uma fonte do Planalto garantiu: "vai ter leilão".
Depois de garantir ao governo uma arrecadação de R$ 3,842 bilhões com os blocos de petróleo e gás leiloados em setembro, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza novas rodadas de licitações de áreas de pré-sal. Segundo a ANP, os oito blocos ofertados podem gerar US$ 36 bilhões em investimentos no País e mais US$ 130 bilhões em arrecadação com royalties, óleo-lucro e Imposto de Renda.
Superada a tensão em torno da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral, Moreira Franco, o governo aposta na agenda econômica para virar a página e criar um clima positivo. Programado há bastante tempo, o leilão da ANP será o primeiro grande evento econômico após a votação na Câmara.
O governo espera um ágio elevado com a 2ª e a 3ª rodadas de licitações do pré-sal. Em setembro, quando quatro usinas da Cemig foram concedidas a estrangeiros e 37 blocos para exploração e produção de petróleo e gás foram arrematados, o ágio das concorrências garantiu uma receita extra de R$ 4,2 bilhões para o caixa da União.