Os aumentos salariais de profissionais brasileiros mais qualificados é o triplo de trabalhadores com baixa escolaridade no país. De acordo com pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), cada ano de emprego formal agrega 7,9% aos ganhos do primeiro grupo, enquanto o segundo recebe aumento médio de 2,4%.
A situação, no entanto, não é a igual quando o trabalhador permanece vinculado à mesma empresa por vários anos. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, nestes casos, funcionários com Ensino Médio incompleto que ficam na mesma companhia por bastante tempo recebem ganho de 1,3% ao ano, enquanto os trabalhadores com ensino superior na mesma condição têm rendimento nulo. Com isso, a pesquisa do BID concluiu que a permanência na mesma empresa não afeta o salário dos funcionários mais qualificados.
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O levantamento do banco ainda aponta que a experiência em setores específicos da economia possibilita ganhos maiores para empregados de diferentes níveis de escolaridade. A pesquisa analisou a trajetória dos mesmos profissionais entre 1986 e 2009.
Segundo a Folha, um dos autores do estudo, Julián Messina, explica o cenário no Brasil devido a dois fatores: a alta rotatividade da mão de obra no país e a falta de desenvolvimento de habilidades específicas pelos profissionais mais qualificados, já que eles perceberiam que os ganhos extras por isso não são compensadores.
– As empresas e os trabalhadores mais qualificados parecem presos em um equilíbrio ruim – avaliou.