Após vários cortes, foi a segunda semana consecutiva de alta na aposta para a inflação de 2017. O resultado apareceu no relatório Focus, divulgado pelo Banco Central todas as segundas com previsões do mercado para indicadores econômicos.
A projeção para o IPCA subiu para 3,40%. É a inflação oficial do país. A elevação é reflexo certo do aumento dos tributos PIS/Cofins sobre os combustíveis, o que terá impacto nos próximos cálculos de indicadores de inflação.
Apesar da alta, fica bem longe do centro da meta do Governo Federal, que é de 4,5%. Portanto, está mantido o espaço para a continuidade da redução da taxa de juros Selic.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária do Banco Central cortou o juro em 1 ponto percentual. Caiu para 9,25% ao ano, ficando em um dígito pela primeira vez em quatro anos.
Conforme o Focus desta semana, o mercado manteva a projeção de Selic a 8% ao ano no fechamento de 2017. No entanto, algumas corretoras já estão reduzindo a aposta para 7%. Uma delas é a Quantitas:
"o comunicado divulgado pelo Banco Central trouxe sinalizações novas em relação à trajetória futura da taxa de juros, apontando uma grande chance do próximo corte, no dia 6 de setembro, ser da mesma magnitude, de 1,0 p.p., levando a Selic meta para 8,25% a.a. Além disso, o modelo desenvolvido pelo próprio Banco Central mostrou que com uma Selic de 8,00% e uma taxa de câmbio de aproximadamente R$ 3,40/US$ até o final de 2018, a taxa de inflação projetada para o ano que vem é de 4,30%, ou seja, abaixo da meta de 4,50%. Isso mostra um espaço adicional para os juros serem reduzidos abaixo do patamar de Selic utilizado no modelo, de 8,00% a.a. Diante do exposto, revisamos nosso cenário para a Selic meta ao final deste ano de 7,50% a.a. para 7,00% a.a."