O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) registrou crescimento de 2,4% em maio, na comparação dessazonalizada em relação ao mês anterior. A alta foi influenciada pela fraca base de comparação, pois a atividade encolheu em março e abril, e, também, pelo efeito calendário: maio teve quatro dias úteis a mais. O resultado recupera o nível de dezembro de 2016. “Os indicadores continuam apontando para uma atividade estabilizada, apesar do nível deprimido e da volatilidade”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller.
Entre os componentes do IDI-RS, divulgado pela Fiergs nesta terça-feira (4), o faturamento real foi o indicador que exerceu a maior influência positiva em maio, ao aumentar 10,8%. As horas trabalhadas na produção e as compras industriais avançaram 3,4% e 1,6%, respectivamente. Outro item a indicar uma retomada no ritmo da atividade foi a utilização da capacidade instalada (UCI), que alcançou 79,8%, elevação de 1,5 ponto percentual em relação a abril. Apenas o mercado de trabalho voltou a se deteriorar, ao registrar perdas de 0,3% no emprego e 0,4% na massa salarial real.
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Este comportamento na atividade industrial no Estado decorre, segundo Müller, da demanda doméstica enfraquecida pelo desemprego elevado, da renda em declínio, do acesso restrito ao crédito, da incerteza e ociosidade na economia. “Por outro lado, há sinais que mostram uma mudança gradativa do quadro, como as reduções dos juros e da inflação, a excelente safra agrícola, a geração de emprego com carteira assinada e as exportações de manufaturados”, diz Müller.
Em relação a maio de 2016, o IDI-RS subiu 2,1%. Foi a primeira alta desde março de 2014, após 37 meses em retração e um em estabilidade (em dezembro de 2016, com 0,1%) nessa base.
Nos primeiros cinco meses de 2017, o IDI-RS acumula queda de 1,5% na comparação com mesmo período de 2016. Compras industriais (-3,3%) e horas trabalhadas na produção (-2,9%) apresentaram as quedas mais expressivas. O faturamento caiu 0,9%, enquanto a UCI (0,2%) ficou praticamente estável em 78,8% na média do ano. No mercado de trabalho, mais vagas foram fechadas e o emprego acompanhou o baixo dinamismo do setor, finalizando o período com redução de 1,9%. Quem manteve o emprego, porém, obteve ganhos, porque a massa salarial real (descontada a inflação) cresceu 0,7%.
Ao considerar o acumulado do ano, entre os nove setores que caíram, tiveram maior peso negativo no nível de atividade veículos automotores (-6,8%), alimentos (-3,9%) e móveis (-3,7%). Entre os sete que cresceram, máquinas e equipamentos (2,5%), produtos de metal (3,5%) e metalurgia (3%) deram as maiores contribuições.