Em linha com o esperado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu no final da tarde desta quarta-feira cortar a Selic em 1 ponto percentual, para 10,25% ao ano. Foi a sexta redução seguida do juro básico da economia, que agora está no patamar mais baixo desde janeiro de 2014. A decisão foi por unanimidade.
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Duas semanas atrás, os analistas financeiros chegaram a apostar em uma postura mais ousada do colegiado, com a possibilidade de o corte chegar a 1,25 ponto percentual. O recrudescimento da crise política com a delação da JBS, no entanto, trouxe mais dúvidas em relação à aprovação principalmente da reforma da Previdência, com reflexo na situação fiscal do governo no futuro. O resultado foi uma cautela um pouco maior do Copom, apesar da queda consistente da inflação e da economia estagnada.
No comunicado, o BC disse que "entende como fator de risco principal o aumento de incerteza sobre a velocidade do processo de reformas e ajustes na economia. Isso se dá tanto pela maior probabilidade de cenários que dificultem esse processo, quanto pela dificuldade de avaliação dos efeitos desses cenários sobre os determinantes da inflação".
O comunicado do BC, no entanto, sinaliza que os próximos cortes podem ser mais modestos. "Em função do cenário básico e do atual balanço de riscos, o Copom entende que uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado hoje deve se mostrar adequada em sua próxima reunião", diz o texto. O ritmo de flexibilização, prossegue o comunicado, continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação.
*Zero Hora