Pelo terceiro ano consecutivo a economia gaúcha encolheu de tamanho. Depois de recuar em 2014 e 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul caiu 3,1% em 2016. Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).
O tombo foi grande, mas um pouco menos doloroso do que no restante do país. No mesmo período, a economia brasileira caiu 3,6%.
Em 2016, diferente de outros anos, todos os setores da economia gaúcha encolheram, inclusive a agricultura. O campo teve queda de 4,5%. No ano passado, a agropecuária teve seu desempenho prejudicado pela queda nas safras de arroz, milho e fumo.
A Indústria teve recuo de 3,9% e Serviços 2,1%.Apesar de fechar o ano em queda, a indústria de transformação ( segmento de indústria que transforma matéria-prima em um produto final ou intermediário para outra indústria) apresentou uma leve reação na reta final de 2016. Na comparação com o quarto trimestre de 2015, o crescimento foi de 1,1%.
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O segmento vinha registrando fortes quedas desde 2014.O destaque foi a fabricação de máquinas e equipamentos, com crescimento de 19,6% no período, devido principalmente a maior fabricação de tratores agrícolas, máquinas para colheita e suas partes e peças. Esse comportamento é decorrente da capitalização do setor agropecuário e das expectativas de safra para 2017.
– Na atual recessão, a indústria teve seu pior momento no segundo semestre de 2015. Agora vemos o setor de máquinas e equipamentos dar início a uma recuperação. Já as atividades que dependem da renda interna, o alto desemprego e os rendimentos reais ainda baixos dificultam a retomada – afirma Roberto Rocha, Coordenador do Núcleo de Contas Regionais.
Sofrendo com a recessão pelo terceiro ano consecutivo, a economia gaúcha apresenta queda acumulada de 6,7%.O resultado é similar à queda de 6,6% observado nos anos 1990 e 1991.
A última vez que a economia do Estado apresentou queda em três anos consecutivos foi em 1980, 1981 e 1982, que acumulou uma queda de 3,8%.
No setor de serviços, a queda de 2,1% acumulada em 2016 foi menos intensa que a observada na economia nacional, de -2,7%. A única atividade que apresentou desempenho positivo no ano foi a imobiliária, com crescimento de 1,1% no RS e de 0,2% no Brasil. Entre as atividades dos serviços, a maior queda foi observada no comércio e reparação de veículos (-5,3%).
Para o Diretor Técnico da FEE, Martinho Lazzari, todos os indicadores apontam para um desempenho extremamente positivo da agricultura em 2017, o que beneficia direta e indiretamente outros setores da economia do Estado:
– Por outro lado, há a preocupação com os embargos ao setor de fabricação de carnes: "isso irá refletir no segundo trimestre de 2017 e sua dimensão ainda deverá ser avaliada.