Mesmo diante das primeiras consequências negativas da Operação Carne Fraca, o Banco Central está otimista com os rumos do comércio exterior e aumentou a previsão de superávit comercial em 2017 em 15,9%. Projeção apresentada mais cedo indica a expectativa do BC de saldo comercial positivo de US$ 51 bilhões neste ano, valor maior que a previsão anterior de US$ 44 bilhões. Em 2016, o Brasil teve superávit comercial de US$ 45 bilhões.
Novos números apresentados pelo BC nesta sexta-feira indicam a expectativa de que o Brasil exportará US$ 200 bilhões neste ano. O valor é maior que a estimativa anterior – de US$ 195 bilhões anunciada em dezembro de 2016 – e indica elevação de US$ 15,5 bilhões na comparação com o resultado efetivo do ano passado.
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O chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, explicou que o aumento das exportações é explicado especialmente pela alta do preço das commodities.
– Os termos de troca do País aumentaram 20% em fevereiro de 2017 na comparação com um ano atrás. Esse ganho de preço se traduz em aumento do valor exportado – disse, ao comentar que também há aumento de volumes exportados, mas o efeito preço se sobrepõe.
Questionado sobre a precisão das projeções após a crise no setor da carne, Rocha explicou que "em termos qualitativos, essa operação (Carne Fraca) não modifica as projeções do balanço de pagamento". O técnico explicou que o BC prevê exportações de US$ 200 bilhões para o ano e o total de exportações da carne e derivados no ano passado não alcançou nem US$ 12 bilhões.
– Trata-se de um setor relevante, mas a pauta brasileira de vendas ao exterior é variada. Então, essas operações não impactam qualitativamente a projeções feitas pelo BC.
Sobre as importações, a previsão do BC para o ano foi na direção contrária e caiu. Com a economia ainda tentando deixar a recessão, a expectativa do total importado pelo Brasil caiu de US$ 151 bilhões para US$ 149 bilhões. Apesar da retração, Fernando Rocha preferiu destacar que, se confirmada, a nova previsão indica aumento na comparação com 2016, quando o Brasil importou US$ 139,4 bilhões.
*Estadão Conteúdo